domingo, 27 de dezembro de 2009

VOCÊ E A ELEIÇÃO DE 2010

VOCÊ E A ELEIÇÃO DE 2010
Muito boa a análise política feita pelo Eduardo Guimarães, sobre as eleições de 2010 e a importância desta para o futuro do Brasil. Reproduzo abaixo:
A decisão de 2010

Você pode estar lendo este texto por tê-lo procurado no blog que edito, por tê-lo recebido por e-mail de alguém que conhece ou por tê-lo encontrado em uma página da internet que o reproduziu. Seja como for, sugiro que leia com atenção, mesmo que seja para, ao fim da leitura, descartar o que leu. Mas, ao menos, saberá de uma teoria que, se for correta, poderá mudar sua vida.

Escrevo sobre uma decisão que o Brasil terá que tomar em 2010 que equivalerá às maiores decisões que já teve que tomar em sua história. Além do fato de que em anos de eleição para presidente o que se coloca em jogo é sempre o futuro de todos, nesta eleição presidencial que se aproxima o que estará em jogo é o futuro de uma nação que está sendo vista, pelo mundo, como a grande potência emergente do século XXI.

Não faltam matérias na imprensa internacional falando do protagonismo brasileiro, das riquezas imensas que este país detém sobre e sob a terra e da força de sua economia, forjada, sobretudo, por um dos maiores mercados internos do planeta.

O Brasil assumiu esse protagonismo na cena internacional não só por graça dos números de sua economia, que são excelentes no contexto de um mundo mergulhado na maior crise econômica mundial em quase um século, mas pela mudança do paradigma econômico da nação, que passou da antiga teoria de que era preciso sofrer com recessão e desemprego em momentos de crise para atingir o paraíso em algum lugar incerto do futuro para uma mentalidade exatamente oposta...

A crise econômica internacional serviu para mostrar ao mundo como um país que até há pouco tempo vivia mergulhado em cataclismos financeiros pôde se tornar uma das economias mais sólidas do mundo em bem menos de uma década, ou seja, investindo num mercado de consumo de massas e criando ambiente propício a investimentos, sendo o Estado o grande indutor do processo, além de colocar o bem estar social como meta prioritária.

A mudança de paradigma deste governo para o anterior foi dramática, mas, por razões políticas, para não contrariar os interesses do grupo político que supostamente defende a hegemonia do capital nesta parte do mundo e que tem inegável força para conturbar o bom momento brasileiro, muitos analistas fazem concessões a um período obscuro da história que terminou em 2002, período no qual o país foi saqueado por meros despachantes dos interesses de corporações estrangeiras convertidos pelo povo em governantes graças a uma máquina midiática de propaganda que conseguia direcionar esse povo para suas escolhas políticas – e que parece ter perdido esse poder.

Eis que, sob nova concepção de desenvolvimento, o país mergulha em uma rota luminosa rumo ao futuro, cheio de promessas e possibilidades. Todavia, sobre si se estende uma sombra ameaçadora que diariamente teima em dizer o tipo de mentalidade que, até 2002, amarrava o Brasil.

Está muito mais do que claro que aqueles que governaram este país até 2002 são contrários aos motes desenvolvimentistas que elenquei acima (mercado de consumo de massas, indução estatal do desenvolvimento e bem estar social), haja vista que, durante o desenrolar da crise deste ano, foram contra a pregação do governo Lula para que os brasileiros consumissem, foram contra cortes de impostos, concessão de crédito pelos bancos oficiais enquanto o sistema bancário se retraia, continuam contra o Bolsa Família reiterando que é “esmola” e pedindo “portas de saída” àqueles que mal acabaram de entrar... Etc.

Você tem, portanto, dois projetos na mesa, caro leitor. No ano que vem, começa um novo ciclo para o Brasil – pós crise, com economia crescendo fortemente e uma imensa riqueza natural a explorar e dividir entre a sociedade e os entes federativos. Caberá a todos os brasileiros a escolha do país que seremos.

Hoje, o Brasil ainda é um país de renda extremamente concentrada tanto do ponto de vista racial – ou, sendo políticamente correto, “étnico” – quanto por classe social e região do país. Trocando em miúdos: devido à histórica má distribuição da riqueza e dos investimentos, respectivamente os negros e os descendentes de negros, de classe média para baixo e do Norte e Nordeste foram prejudicados em momentos de crescimento econômico que se mostraram tão intensos quanto excludentes.

Temos uma nova chance, a partir de 2010. O Brasil precisa distribuir os recursos do pré-sal de forma equânime entre seus entes federativos, de forma a reparar outros momentos em que regiões do país foram alijadas das conquistas nacionais como a indústria e os investimentos. Até porque, o subsolo brasileiro pertence à União e porque a riqueza petrolífera ora descoberta foi encontrada graças aos impostos de todos nós.

Em minha mente, está muito claro que decisão devo tomar na escolha do governo que assumirá em 1º de janeiro de 2011. Quero continuidade.

O caminho foi encontrado e está demarcado para que o Brasil se redesenhe nos próximos anos, para que a renda seja melhor distribuída, para que as tensões sociais sejam mitigadas via maior sensação de bem estar social das camadas até aqui oprimidas e degradadas da sociedade, que vêm mergulhando num processo de radicalização desesperada devido a uma falta de perspectivas que, agora, pode ser revertida.

A decisão eleitoral de 2010, portanto, leitor, garanto-lhe que será, talvez, a mais importante de sua vida. Tome-a pensando na única forma de você realmente sair ganhando, que não é pensando em seus supostos interesses de classe social, de etnia ou de região do país, mas no interesse de todos, pois só este não exclui ninguém.

É idílio de um setor aristocrático e insensível da sociedade acreditar que é possível manter um modelo social que segrega quase todos em prol do gáudio de uma ínfima minoria étnico, social e geográfica. Além de o país ter que carregar o peso morto de dezenas de milhões de almas empobrecidas e ignorantes incapazes de se adequar às exigências das sociedades modernas, essas massas acabam tendendo à violência devido ao constante drama da falta de tudo, sobretudo de dignidade.

Está claríssimo para mim, vendo e ouvindo o que o grupo político que governava antes diz em seus grandes jornais, revistas, tevês, rádios e em seus mega portais de internet, que tal grupo não se emendou, que continua acreditando no formato de sociedade que sustentou e que fracassou, um formato de exclusão social e de consumo de castas, com a maioria tendo que se contentar meramente com pão e circo.

A decisão de 2010, para mim, além de ser a mais importante decisão política de minha vida, será também a mais fácil de tomar.

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Do Blog do Luis Nassif.

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Por Paulino Ferreia Lima Filho

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sábado, 26 de dezembro de 2009

LULA E A MÍDIA

LULA E A MÍDIA


Fonte: Revista Carta Maior


Lula, o mundo e a mídia

Quando Lula não apenas discordou da mandatária alemã Ângela Merkel e também disse que as potências atômicas não têm moral para exigir que o Irã não tenha direito ao seu programa nuclear, percebemos novamente como opera a linha editorial subproduto do princípio ideológico do “Eixo do Mal”. Há uma ausência sistemática de sintonia entre o eco internacional positivo das falas presidenciais e o tratamento editorial negativo que a mídia nacional lhe atribui, quase por unanimidade.

Por Beto Almeida*

"O mundo me condena
e ninguém tem pena
falando sempre mal do meu nome
deixando de saber,
se eu vou morrer de sede
ou se eu vou morrer de fome!"
Filosofia, Noel Rosa

Fortes e originais declarações de Lula sobre questões espinhosas e complexas do cenário internacional provocam boa oportunidade para nova avaliação sobre a ausência de sintonia entre o eco internacional positivo das falas presidenciais e o tratamento editorial negativo que a mídia nacional lhe atribui, quase por unanimidade.

Primeiro, há que reconhecer: Lula tem tido a audácia de tocar em temas considerados intocáveis como, por exemplo, ao questionar e criticar a reserva de mercado de fato de um clube restrito de países atômicos que pretende impor o desarmamento aos demais países. E, quando algum destes países periféricos reivindica o direito natural e histórico à isonomia de também possuir tecnologia nuclear é logo condenado como se seus objetivos fossem inquestionavelmente terroristas. E são logo colocados no “Eixo do Mal” criado pelo belicoso George Bush.

Já sabemos que os atentados de 11 de setembro de 2001 foram usados como um pretexto pelo mais intervencionista dos países para interferir ainda mais truculenta em cada canto do planeta onde conseguisse. Aliás, recomenda-se a leitura do site “Cientistas pela Verdade”, no qual a versão oficial é questionada com consistência.

Após surgir a categoria do “Eixo do Mal”, vem o golpe midiático fracassado contra Chávez com apoio dos EUA, as prisões clandestinas de “suspeitos” em vários países seqüestrados em vôos clandestinos que usaram bases militares de países europeus que se autodenominam democráticos. Surgiu também a campanha contra as “armas químicas de destruição em massa no Iraque” que, com o apoio midiático internacional dos que controlam o fluxo da informação planetária, resultou na invasão sanguinária àquele país do Oriente Médio. As tropas de ocupação ainda lá estão sem que o Obama, agora Prêmio Nobel da Paz, tenha conseguido fazer com que seu discurso de mudanças tenha tradução verdadeira em atos de sua política externa, que é quase sempre militar, sendo sempre intervencionista.

Eixo do Mal: dirigismo ideológico

Na cabeça de Bush - não mencionamos cérebro - o Eixo do Mal era composto por Iraque, Coréia do Norte, Irã, Cuba e provavelmente a Venezuela. Cuba continua bloqueada, mas, mesmo assim, exporta médicos, professores, vacinas, remédios, livros, desportistas, para mais de 70 países. Os EUA, e os “democráticos” países europeus da OTAN, vão exportando militares, armas, inclusive, obviamente as de destruição em massa. O presidente do Timor Leste, jornalista e poeta Ramos-Horta, me informou que os EUA pressionaram-no para que não recebesse os 350 médicos cubanos que lá estão reconstruindo a nação timorense do mais cruel genocídio da era moderna, proporcionalmente falando. Ramos apenas perguntou ao embaixador norte-americano: “quantos médicos os EUA têm aqui em Timor?” Nenhum! Pois estão lá os 350 médicos cubanos e 600 jovens timorenses estudando medicina em Cuba, gratuitamente!

Ao defender Cuba, ampliando as relações Brasil-Cuba, condenando o bloqueio imposto à Ilha e ao quebrá-lo na prática quando instala empresas estatais brasileiras na Ilha, como a Embrapa, a Petrobrás, etc, Lula vai fazendo sua política na contracorrente da política intervencionista do Eixo do Mal. Como complemento, quando os jovens timorenses se formarem em medicina, antes de voltarem à Ásia, farão estágio na Fiocruz no Brasil, como reza o acordo que Lula firmou com Ramos-Horta

Coréia do Norte está lá de pé porque tem armas atômicas, senão seu destino poderia ter sido o do Iraque. E isto tem que ficar muito claro e ser lembrado todos os dias por todos os brasileiros, dos seringueiros aos militares, dos cientistas aos cineastas, dos religiosos aos carnavalescos. Basta mencionar que um suposto relatório da CIA, divulgado pelo extinto jornal Tribuna da Imprensa, dava conta da vulnerabilidade das torres petroleiras da Petrobrás a ataques terroristas. Lula mandou embaixador para a Coréia do Norte, Arnaldo Carilho, que é também grande pensador do cinema, da brasilidade e da soberania informativo-cultural brasileiras. Lula, outra vez, atuou com independência na contracorrente da linha Eixo do Mal, que tem sua vertente midiática.

Hipocrisia editorial

Recentemente, registrou-se a campanha midiática para que Lula não recebesse o presidente iraniano Mahmud Ahjmadinejad. Para este jornalismo, é como se o Brasil não tivesse direito de ter posições independentes e soberanas em política externa. Este mesmo jornalismo calou-se quando o então chanceler brasileiro da era da privataria obedeceu um guardinha de alfândega nos EUA que lhe obrigou a tirar os sapatos para entrar naquele país. O chanceler assumiu ali sua vocação para vassalagem.... Esta política externa de pés descalços foi arquivada por Lula. Junto com ela o projeto da ALCA, a terceirização/alienação da Base de Alcântara e outras.

Quando Lula não apenas discordou da mandatária alemã Ângela Merkel e também disse que as potências atômicas não têm moral para exigir que o Irã não tenha direito ao seu programa nuclear, percebemos novamente como opera a linha editorial subproduto do princípio ideológico do “Eixo do Mal”. Lula estaria, segundo ela, defendendo um país que apoiaria o terrorismo do Hamas e do Hezbolah. Não há o menor esforço para informar, nem internacionalmente, nem aqui, que o Hamas é um partido político eleito pelo voto direto da população palestina que habita a Faixa de Gaza para o exercício do governo. E como todo governo, tem o direito de ter armas, política de defesa. Israel não tem suas armas atômicas?

Sem informação, como julgar?

Não há também a menor vontade de informar que o Hezbolah é um movimento político, que tem praticamente a metade do Parlamento do Líbano, que tem cargos no governo libanês, administrando boa parte da política de saúde e de educação daquele país de preciosa presença na formação do nosso povo.

É apenas por ser parte do Estado no Líbano que se pode entender como o Hezbolah resistiu e impôs uma verdadeira derrota às agressões de Israel há alguns anos, após o que, pelo voto direto, ampliou sua participação na administração pública libanesa. Vale registrar que a TV do Hezbolah resistiu por várias semanas a terríveis bombardeios israelenses sem sequer sair do ar. Segundo escassas informações, a emissora teve seus transmissores instalados em vários lugares, subterrâneos, exatamente para resistir aos bombardeios. Trata-se de emissora de TV que pode ser sintonizada em todo o mundo árabe e também na Europa.

Talvez isto sirva de estímulo para a TV Brasil vencer todos os obstáculos que ainda a impedem ter visibilidade em todo o território nacional, e também internacionalmente, já que o Brasil pretende, legitimamente, ser protagonista de primeira linha no complexo cenário internacional. Para isto já aposentou corretamente a vassalagem da política de externa de “pés descalços” e , com a criação da TV Brasil, pode construir também uma política de comunicação internacional, aliás como já anunciado. Só lembrando, na Era Vargas, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro era a quarta mais potente emissora do planeta, captada em todos os continentes, transmitindo em quatro idiomas......

Seria muito útil que a TV Brasil informasse ampla e profundamente sobre o que ocorre na Palestina, sob todos os ângulos, e também sobre o que é o Hamas, o que é o Hezbolah, como é o Líbano hoje em cuja configuração de poder político tem a presença, pelo voto direto popular, do Hezbolah. Da outra mídia, que tenta desqualificar a política externa praticada por Lula, e que tenta insinuar que Brasil está estabelecendo cooperação mais ampla com um país (Irã) que “apoiaria o terrorismo”, não podemos esperar informações objetivas e verazes sobre estes processos. Afinal, trata-se de uma mídia que segue o manual de jornalismo do “Eixo do Mal” e condena tudo o que questione esta linha, como agora critica Lula por sua audaciosa posição contra os privilégios dos países atômicos que querem manter os outros desarmados.....Tudo isto tem tradução no jornalismo. Ou seja, Lula tem sido singular construtor de pautas para um jornalismo independente. É preciso aproveitá-las com criatividade e originalidade. Ter a audácia, como Lula o faz em política internacional, de discordar da linha editorial convencional sobre temas tão complexos.

Honduras: a isca ideológica do golpismo

No golpe de Honduras a posição valente da política externa brasileira confrontou-se com a linha editorial praticante do “dirigismo de mercado” que, por não admitir em nenhuma hipótese que aquele país centro-americano desenvolvesse cooperação nas áreas de saúde e educação com Cuba, nas áreas agrícola e energética com a Venezuela, optou pela defesa do golpe. Esta mídia engoliu com prazer a isca ideológica do golpismo, segundo a qual, Zelaya é que era o golpista porque queria sua própria reeleição. Mas, este item sequer constava da consulta popular que seria submetida ao povo hondurenho quando o golpe foi dado. Mas, constava da consulta a destinação da base militar norte-americana no país.......

Tal como na invasão do Iraque, quando a isca ideológica era “as armas de destruição em massa”, no caso de Honduras, o Zelaya é que foi transformado em golpista. O New York Times já pediu desculpas seus leitores por ter difundido a mentira das “armas de destruição em massa”, afinal, jamais encontradas. A não ser nas mãos das tropas da OTAN que contaminaram a Yugoslávia e o Iraque com bombas de urânio empobrecido.

Uma vez mais, Lula foi por um lado, “não converso com golpista” , declarou, e a linha editorial da mídia nacional foi na conversa do Partido Pentágono Republicano que impõe seu dirigismo em nome das encomendas da indústria bélica. A solução para estes desencontros é mais informação, mais pluralidade. Por exemplo: com a ajuda da PDVSA, petroleira estatal Venezuela, Zelaya trocou todas as lâmpadas de todas as residências de Honduras por lâmpadas chinesas, que gastam 70 por cento menos de energia. E Honduras tem escassez energética, depende de termoelétricas, celebrou acordo sobre biocombustíveis com o Brasil. Não fica mais claro compreender o porquê do golpe contra Zelaya? E quando será informado que houve descoberta de petróleo na costa hondurenha?

Venezuela: excesso de democracia

No caso venezuelano há fartos exemplos de desinformação e manipulação por parte desta mídia. Chega até a por em dúvida se houve de fato golpe de estado. Aqui no Brasil, a mídia que apoiou o golpe de 1964 também disse que houve “revolução” porque havia vacância de poder. Na Venezuela o presidente da república foi seqüestrado e a mídia mentiu dizendo que ele havia renunciado.

Mas, concentremo-nos no total desencontro das posições de Lula contra esta mídia que segue editorialmente o Partido Republicano-Pentágono, ou os princípios filosóficos editoriais do Eixo do Mal.

Enquanto toda esta mídia afirma que há ditadura na Venezuela, Lula afirma que “na Venezuela há democracia em excesso”. Em 10 anos, foram realizadas 15 eleições, referendos, constituinte, plebiscitos, dois quais Chávez venceu 14 e respeitou o resultado quando foi derrotado. Este desencontro total alcança até mesmo a linha editorial do Observatório da Imprensa na TV, que nos dois programas especiais sobre a Pátria de Bolívar afirmou que lá há ataque à mídia independente. Registre-se que foram considerados “mídia independente” veículos que compõem o Grupo de Diários da América, jornalões vinculados à SIP – Sociedade Interamericana de Prensa , entidade fundada pela Cia no pós-guerra e que sustentou todos os golpes militares na América Latina, seja o golpe contra Perón, contra Jango, contra Allende, tendo apoiado as mais sanguinárias ditaduras da região. Esta mídia atua livremente na Venezuela, ofende e insulta o presidente Hugo Chávez seja por ser negro ou por ser descendente de índio. Assim como esta mesma mídia chama o presidente Evo Moralez de “narcotraficante”, chama a Chávez de “negro doido”, “selvagem”,”psicopata”, “bêbado”.

Detalhe interessante, não ressaltado no programa televisivo citado: não há jornalistas presos na Venezuela, nenhum jornalista foi assassinado, nem torturado, como ocorre agora mesmo na Colômbia, no México, no Peru, em Honduras de Michelleti. Outra informação interessante: o maior jornal da Venezuela, o Nacional, vendia 400 mil exemplares quando Chávez foi eleito, em 1998. Hoje, após dez anos depois de oposicionismo anti-chavista, vende apenas 40 mil exemplares. A Folha de São Paulo, que já imprimiu 1 milhão e hoje caiu para uma tiragem 3 vezes menor, e com uma vendagem de bancas em torno de 30 mil exemplares apenas, deve estar fazendo suas contas. Mas, mesmo assim, tem a petulância de defender o fechamento da TV Brasil, a única emissora que cumpre integralmente o capítulo da Comunicação Social da Constituição, com uma programação cidadã, plural, diversificada, regionalizada, educativa e humanizadora para o público infantil, respeitosa para com a cultura nacional, do samba ao cinema. Falta o futebol , né?

Independente de quem?

Sobre o grupo empresarial que perdeu a concessão da Rádio e TV Caracas, é preciso informar que a concessão, como ocorre em qualquer país, tem prazo limitado por lei e este prazo terminou. Aqui no Brasil as concessões de rádio e TV de grupos poderosos são renovadas automaticamente. Na prática, adquirem caráter de vitaliciedade. Chávez quebrou um tabu ao não renovar a concessão para o mesmo grupo empresarial, exercendo sua prerrogativa presidencial, prevista em lei, como na maioria dos países do mundo. Mas aquela TV continua operando no cabo, não foi fechada. Isto não foi informado. Não teve a concessão renovada porque o espectro radioelétrico é propriedade do povo venezuelano, não é propriedade privada. Nos EUA centenas de concessões foram revogadas desde meados do século passado. Na França, o presidente Chirac também não renovou concessões. Na Inglaterra de Tatcher, idem. Por que será que contra estes países não houve a escandalosa campanha midiática mundial que se fez contra Chávez?

Estes desencontros entre as posições fortes, destemidas e originais de Lula em política internacional e a linha editorial conservadora, submissa e de ideologia dependente da mídia nacional deveriam merecer um bom debate. Mas, era importante que este debate fosse para as telas da TV e para as ondas do Rádio já que nossa mídia impressa além de ser fechada ao tema, registra taxas indigentes de leitura de jornal e revista. Assim, só mesmo as emissoras do campo público da comunicação, a começar pelos veículos da EBC, as TVs educativas, as legislativas, as universitárias e as comunitárias podem de fato abrir-se democraticamente a este debate e dar-lhe caráter amplo e plural que merece. E é exatamente por isso que são tão justas e tão necessárias as propostas de fortalecimento, expansão e qualificação de todas as modalidades da comunicação pública. É por isso mesmo que elas precisam ser aprovadas nesta primeira Conferência Nacional de Comunicação, a ter início no dia 14 de dezembro. Sendo emblemático que ela tenha a presença de Lula na abertura.
*Artigo de Beto Almeida
*Presidente da TV Cidade Livre de Brasília; fonte: http://www.cartamaior.com.br/

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

LULA O HOMEM DO ANO

dezembro de 2009

LE MONDE: "LULA É O HOMEM DO ANO"


"Pela primeira vez na história, o "Le Monde" decidiu eleger a personalidade do ano.


FHC corta os pulsos hoje.

Serra vai inventar uma homenagem no "Gazeta de Honduras", na Veja, ou no Vale Paraíbano do Piauí com Arthur Virgílio entregando flores.

Esta vi no blog Democracia e Política.

dezembro de 2009

LE MONDE: "LULA É O HOMEM DO ANO"


"Pela primeira vez na história, o "Le Monde" decidiu eleger a personalidade do ano.


FHC corta os pulsos hoje.

Serra vai inventar uma homenagem no "Gazeta de Honduras", na Veja, ou no Vale Paraíbano do Piauí com Arthur Virgílio entregando flores.

Le Monde:

A "sua" personalidade do ano. O exercício poderia parecer arriscado ou desonroso. Quem escolher? Segundo quais critérios? Em nome de que valores? Como se diferenciar dos grandes e prestigiosos colegas estrangeiros, como a revista americana "Time", que há muito tempo nos antecedeu nesse caminho ao eleger sua "pessoa do ano"?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi escolhido o "homem do ano" pela redação do jornal francês Le Monde porque, segundo a publicação, "aos olhos de todos encarna o renascimento de um gigante".

"Embandeirado dos países emergentes, mas também do mundo em desenvolvimento do qual se sente solidário, o presidente brasileiro, de 64 anos, colocou decididamente seu país em uma dinâmica de desenvolvimento", afirma a revista semanal do Le Monde na edição desta quinta-feira.

"O presidente brasileiro, que no fim de 2010 deixará a presidência sem ter tentado modificar a Constituição para concorrer a um terceiro mandato, soube continuar sendo um democrata, lutando contra a pobreza sem ignorar os motores de um crescimento mais respeitoso dos equilíbrios naturais", acrescenta.

"Presidente do Brasil desde 1º de janeiro de 2003, ao fim de dois mandatos terá dado uma nova imagem a América Latina", afirma a revista ao explicar a escolha de Lula como "personalidade do ano 2009".

"A consagração de Lula acompanha a renovação do Brasil", afirma a reportagem assinada por Jean Pierre Langellier, correspondente do jornal no Rio de Janeiro.

"Carismático, de sorriso fácil e jovial, Lula, nascido em 27 de outubro de 1945 no estado de Pernambuco, ex-torneiro mecânico e sindicalista, transformou o Brasil em ator essencial do cenário internacional".

"Diplomacia, comércio, energia, clima, imigração, espaço, droga: tudo lhe interessa e diz respeito", afirma o artigo, acompanhado por fotografias de Lula no Brasil e no exterior, incluindo uma ao lado do presidente americano.

Lula foi o primeiro presidente da América Latina recebido por Barack Obama na Casa Branca.

Líder dentro do G20, aspirante a uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU e primeiro sócio comercial da China são algumas conquistas na política externa, lembra o jornal francês.

"Longe ficou a época em que o sindicatista Lula com gorro proletário e microfone na mão gritava: 'Fora FMI'. Hoje não é mais o FMI que ajuda o Brasil, e sim o contrário", acrescenta.

Mas o balanço também revela um "lado obscuro".

Lula reduziu a pobreza e milhões de brasileiros passaram à classe média, "mas o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais do mundo (...) dividido entre um sul rico e dinâmico e um norte arcaico e deserdado".

E entre os temas pendentes são citados uma educação primária e secundária "medíocres", um sistema de saúde "deficiente", uma burocracia "pesada", a polícia "ineficaz" e uma justiça "preguiçosa".

O jornal espanhol El País declarou há algumas semanas Lula como a "personalidade do ano" e a revista britânica The Economist dedicou um número especial ao Brasil, com uma capa mais que eloquente: o Cristo Redentor, uma das imagens emblemáticas do Rio de Janeiro, decolando como um foguete rumo ao espaço."

FONTE: divulgado hoje (24/12) pela agência francesa de notícias AFP e postado no portal UOL. Figura e observação sobre FHC e Serra obtidos no portal "Conversa Afiada", do jornalista Paulo Henrique Amorim.

O PENSAMENTO SUBALTERNO DA ELITE BRASILEIRA

O PENSAMENTO SUBALTERNO DA ELITE BRASILEIRA
Alguns não se deram conta de que o Brasil mudou, a época do "sim senhor", "pois não senhor", que nos acostumamos a ver durante mais cinco séculos, acabou. O Brasil não é mais uma colônia dos Estados Unidos, embora este comportamento subalterno faça parte ainda da elite brasileira, infelizmente. Um legítimo representante desta época colonialista, o senador Demóstenes Torres , do DEM, escreveu no dia 24 de dezembro sobre a cúpula de Copenhague, afirmando que deveria haver uma hierarquia na cúpula da ONU, onde o voto dos chamados "paises guarda chuva", composto pelos Estados Unidos, União Europeia e Japão, tivesse maior peso que os de outros países. Para o senador do DEM, deixar as decisões por conta do terceiro mundo, o resultado será uma bizarrice diplomática.
Esta é a visão ultrapassada, subserviente e pequena de um legítimo representante de uma elite arcaica e pequena, assim como o seu partido. No Congresso Nacional não há mais espaço para mentalidades ultrapassadas que não acreditam que o novo sempre vem. O Brasil enquanto foi governado por séculos por essa elite, nunca teve o respeito que merecia, o seu povo era tratado como de segunda ou terceira classe, hoje, a visão que o mundo tem do nosso país, é uma visão de respeito, de igualdade, mais ainda, a visão de que o futuro político, social, econômico, energético e ambiental do mundo passa pelo Brasil.

NO TEMPO DA MINHA INFÂNCIA

NO TEMPO DA MINHA INFÂNCIA
Mais uma linda poesia do grande poeta Ismael Gaião:

No tempo da minha infância
Nossa vida era normal
Nunca me foi proibido
Comer muito açúcar ou sal
Hoje tudo é diferente
Sempre alguém ensina a gente
Que comer tudo faz mal

Bebi leite ao natural
Da minha vaca Quitéria
E nunca fiquei de cama
Com uma doença séria
As crianças de hoje em dia
Não bebem como eu bebia
Pra não pegar bactéria

A barriga da miséria
Tirei com tranquilidade
Do pão com manteiga e queijo
Hoje só resta a saudade
A vida ficou sem graça
Não se pode comer massa
Por causa da obesidade

Eu comi ovo à vontade
Sem ter contra indicação
Pois o tal colesterol
Pra mim nunca foi vilão
Hoje a vida é uma loucura
Dizem que qualquer gordura
Nos mata do coração

Com a modernização
Quase tudo é proibido
Pois sempre tem uma Lei
Que nos deixa reprimido
Fazendo tudo que eu fiz
Hoje me sinto feliz
Só por ter sobrevivido

Eu nunca fui impedido
De poder me divertir
E nas casas dos amigos
Eu entrava sem pedir
Não se temia a galera
E naquele tempo era
Proibido proibir

Vi o meu pai dirigir
Numa total confiança
Sem apoio, sem air-bag
Sem cinto de segurança
E eu no banco de trás
Solto, igualzinho aos demais
Fazia a maior festança

No meu tempo de criança
Por ter sido reprovado
Ninguém ia ao psicólogo
Nem se ficava frustrado
Quando isso acontecia
A gente só repetia
Até que fosse aprovado

Não tinha superdotado
Nem a tal dislexia
E a hiperatividade
É coisa que não se via
Falta de concentração
Se curava com carão
E disso ninguém morria

Nesse tempo se bebia
Água vinda da torneira
De uma fonte natural
Ou até de uma mangueira
E essa água engarrafada
Que diz-se esterilizada
Nunca entrou na nossa feira

Para a gente era besteira
Ter perna ou braço engessado
Ter alguns dentes partidos
Ou um joelho arranhado
Papai guardava veneno
Em um armário pequeno
Sem chave e sem cadeado

Nunca fui envenenado
Com as tintas dos brinquedos
Remédios e detergentes
Se guardavam, sem segredos
E descalço, na areia
Eu joguei bola de meia
Rasgando as pontas dos dedos

Aboli todos os medos
Apostando umas carreiras
Em carros de rolimã
Sem usar cotoveleiras
Pra correr de bicicleta
Nunca usei, feito um atleta,
Capacete e joelheiras

Entre outras brincadeiras
Brinquei de Carrinho de Mão
Estátua, Jogo da Velha
Bola de Gude e Pião
De mocinhos e Cawboys
E até de super-heróis
Que vi na televisão

Eu cantei Cai, Cai Balão,
Palma é palma, Pé é pé
Gata Pintada, Esta Rua
Pai Francisco e De Marré
Também cantei Tororó
Brinquei de Escravos de Jó
E o Sapo não lava o pé

Com anzol e jereré
Muitas vezes fui pescar
E só saía do rio
Pra ir pra casa jantar
Peixe nenhum eu pagava
Mas os banhos que eu tomava
Dão prazer em recordar

Tomava banho de mar
Na estação do verão
Quando papai nos levava
Em cima de um caminhão
Não voltava bronzeado
Mas com o corpo queimado
Parecendo um camarão

Sem ter tanta evolução
O Playstation não havia
E nenhum jogo de vídeo
Naquele tempo existia
Não tinha vídeo cassete
Muito menos internet
Como se tem hoje em dia

O meu cachorro comia
O resto do nosso almoço
Não existia ração
Nem brinquedo feito osso
E para as pulgas matar
Nunca vi ninguém botar
Um colar no seu pescoço

E ele achava um colosso
Tomar banho de mangueira
Ou numa água bem fria
Debaixo duma torneira
E a gente fazia farra
Usando sabão em barra
Pra tirar sua sujeira

Fui feliz a vida inteira
Sem usar um celular
De manhã ia pra aula
Mas voltava pra almoçar
Mamãe não se preocupava
Pois sabia que eu chegava
Sem precisar avisar

Comecei a trabalhar
Com oito anos de idade
Pois o meu pai me mostrava
Que pra ter dignidade
O trabalho era importante
Pra não me ver adiante
Ir pra marginalidade

Mas hoje a sociedade
Essa visão não alcança
E proíbe qualquer pai
Dar trabalho a uma criança
Prefere ver nossos filhos
Vivendo fora dos trilhos
Num mundo sem esperança

A vida era bem mais mansa,
Com um pouco de insensatez.
Eu me lembro com detalhes
De tudo que a gente fez,
Por isso tenho saudade
E hoje sinto vontade
De ser criança outra vez…


O IDIOMA NORDESTINO

O IDIOMA NORDESTINO
Li no "blog do Nassif" uma pérola da tradição nordestina, do poeta e agrônomo pernambucano Ismael Gaião, que mostra em versos o idioma nordestino.
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NO NORDESTE É DIFERENTE, É ASSIM QUE A GENTE FALA
No Brasil pra se expressar
Há diferenciação
Porque cada região
Tem seu jeito de falar
O Nordeste é excelente
Tem um jeito diferente
Que a outro não se iguala
Alguém chato é Abusado
Se quebrou, Tá Enguiçado
É assim que a gente fala

Uma ferida é Pereba
Homem alto é Galalau
Ou então é Varapau
E coisa ruim é Peba
Cisco no olho é Argueiro
O sovina é Pirangueiro
Enguiçar é Dar o Prego
Fofoca aqui é Fuxico
Desistir, Pedir Penico
Lugar longe é Caxaprego

Ladainha é Lengalenga
E um estouro é Pipoco
Qualquer botão é Pitoco
E confusão é Arenga
Fantasma é Alma Penada
Uma conversa fiada
Por aqui é Leriado
Palavrão é Nome Feio
Agonia é Aperreio
E metido é Amostrado

O nosso palavreado
Não se pode ignorar
Pois ele é peculiar
É bonito, é Arretado
E é nosso dialeto
Sendo assim, está correto
Dizer que esperma é Gala
É feio pra muita gente
Mas não é incoerente
É assim que a gente fala

Você pode estranhar
Mas ele não tem defeito
Aqui bala é Confeito
Rir de alguém é Mangar
Mexer em algo é Bulir
Paquerar é Se Inxirir
E correr é Dar Carreira
Qualquer coisa torta é Troncha
Marca de pancada é Roncha
E a caxumba é Papeira

Longe é o Fim do Mundo
E garganta aqui é Goela
Veja que a língua é bela
E nessa língua eu vou fundo
Tentar muito é Pelejar
Apertar é Acochar
Homem rico é Estribado
Se for muito parecido
Diz-se Cagado e Cuspido
E uma fofoca é Babado

Desconfiado é Cabreiro
Travessura é Presepada
Uma cuspida é Goipada
Frente de casa é Terreiro
Dar volta é Arrudiar
Confessar, Desembuchar
Quem trai alguém, Apunhala
Distraído é Aluado
Quem está mal, Tá Lascado
É assim que a gente fala

Aqui valer é Vogar
E quem não paga é Xexeiro
Quem dá furo é Fuleiro
E parir é Descansar
Um rastro é Pisunhada
A buchuda é Amojada
E pão-duro é Amarrado
Verme no bucho é Lombriga
Com raiva Tá Com a Bixiga
E com medo é Acuado

Tocar em algo é Triscar
O último é Derradeiro
E para trocar dinheiro
Nós falamos Destrocar
Tudo que é bom é Massa
O Policial é Praça
Pessoa esperta é Danada
Vitamina dá Sustança
A barriga aqui é Pança
E porrada é Cipoada

Alguém sortudo é Cagado
Capotagem é Cangapé
O mendigo é Esmolé
Quem tem pressa é Avexado
A sandália é Percata
Uma correia, Arriata
Sem ter filho é Gala Rala
O cascudo é Cocorote
E o folgado é Folote
É assim que a gente fala

Perdeu a cor é Bufento
Se alguém dá liberdade
Pra entrar na intimidade
Dizemos Dar Cabimento
Varrer aqui é Barrer
Se a calcinha aparecer
Mostra a Polpa da Bunda
Mulher feia é Canhão
Neco é pra negação
Nas costas, é na Cacunda

Palhaçada é Marmota
Tá doido é Tá Variando
Mas a gente conversando
Fala assim e nem nota
Cabra chato é Cabuloso
Insistente é Pegajoso
Remédio aqui é Meisinha
Chateado é Emburrado
E quando tá Invocado
Dizemos Tá Com a Murrinha

Não concordo, é Pois Sim
Tô às ordens é Pois Não
Beco ao lado é Oitão
A corrente é Trancilim
Ou Volta, sem o pingente
Uma surpresa é, Oxente!
Quem abre o olho Arregala
Vou Chegando, é pra sair
Torcer o pé, Desmintir
É assim que a gente fala

A cachaça é Meropéia
Tá triste é Acabrunhado
O bobo é Apombalhado
Sem qualidade é Borréia
A árvore é Pé de Pau
Caprichar é Dar o Grau
Mercado é Venda ou Bodega
Quem olha tá Espiando
Ou então, Tá Curiando
E quem namora Chumbrega

Coceira na pele é Xanha
E molho de carne é Graxa
Uma pelada é um Racha
Onde se perde ou se ganha
Defecar se chama Obrar
Ou simplesmente Cagar
Sem juízo é Abilolado
Ou tem o Miolo Mole
Sanfona também é Fole
E com raiva é Infezado

Estilingue é Balieira
Uma prostituta é Quenga
Cabra medroso é Molenga
Um baba ovo é Chaleira
Opinar é Dar Pitaco
Axilas é Suvaco
E cabra ruim é Mala
Atrás da nuca é Cangote
Adolescente é Frangote
É assim que a gente fala

Lugar longe aqui é Brenha
Conversa besta, Arisia
Venha, ande, é Avia
Fofoca é também Resenha
O dado aqui é Bozó
Um grande amor é Xodó
Demorar muito é Custar
De pernas tortas é Zambeta
Morre, Bate a Caçuleta
Ficar cheirando é Fungar

A clavícula aqui é Pá
Um mal-estar é Gastura
Um vento bom é Frescura
Ali, se diz, Acolá
Um sujeito inteligente
Muito feio ou valente
É o Cão Chupando Manga
Um companheiro é Pareia
Depende é Aí Vareia
Tic nervoso é Munganga

Colar prova é Filar
Brigar é Sair no Braço
Nosso lombo é Ispinhaço
Faltar aula é Gazear
Quem fala alto ou grita
Pra gente aqui é Gasguita
Quem faz pacote, Embala
Enrugado é Ingilhado
Com dor no corpo, Ingembrado
É assim que a gente fala

Um afago é Alisado
Um monte de gente é Ruma
Pra perguntar como, é Cuma
E bicho gordo é Cevado
A calça curta é Coronha
Um cabra leso é Pamonha
E manha aqui é Pantim
Coisa velha é Cacareco
O copo aqui é Caneco
E coisa pouca é Tiquim

Mulher desqualificada
Chamamos de Lambisgóia
Tudo que sobra, é Bóia
E muita gente é Cambada
O nariz aqui é Venta
A polenta é Quarenta
Mandar correr é Acunha
Ter um azar é Quizila
A bola de gude é Bila
Sofrer de amor, Roer Unha

Aprendi desde pivete
Que homem franzino é Xôxo
Quem é medroso é um Frouxo
E comprimido é Cachete
Sujeira em olho é Remela
Quem não tem dente é Banguela
Quem fala muito e não cala
Aqui se chama Matraca
Cheiro de suor, Inhaca
É assim que a gente fala

Pra dizer ponto final
A gente só diz: E Priu
Pra chamar é Dando Siu
Sem falar, Fica de Mal
Separar é Apartá
Desviar é Ataiá
E pra desmentir é Nego
Quem está desnorteado
Aqui se diz Ariado
E complicado é Nó Cego

Coisa fácil é Fichinha
Dose de cana é Lapada
Empurrão é Dá Peitada
E o banheiro é Casinha
Tudo pequeno é Cotoco
Vigi! Quer dizer, por pouco
Desde o tempo da senzala
Nessa terra nordestina
Seu menino, essa menina!
É assim que a gente fala


"LE MONDE"

"LE MONDE"
Pela primeira vez na história do jornal francês "Le Monde" foi escolhido o "Homem do Ano", digo primeira vez, pois o jornal somente este ano começou a adotar esta escolha e o Presidente Lula foi escolhido o "Homem do Ano" pelo jornal da França. Repito o que a imprensa alemã falou quando da visita do Lula a Alemanha, "o mundo está descobrindo o Brasil com o Lula".

FELIZ NATAL

FELIZ NATAL
Natal, mais que uma época para trocar presentes e confraternização, é a comemoração do natalício do maior homem que a humanidade já conheceu. Seus ensinamentos, caso fossem aplicados tal qual o mestre gostaria, resolveriam os problemas da humanidade. Jesus com os seus ensinamentos nos mostrou a importância do amor, não o amor como entende a maioria, mas o amor maior, incondicional, sem fronteiras, igualitário e fraterno. É sob este espírito que devemos nos confraternizar, lembrando e mais que isso, aplicando e praticando os ensinamentos do nosso grande mestre e com certeza teremos um mundo justo, de paz, sem fronteiras, sem fome, sem violência, sem guerras e humanitário. FELIZ NATAL A TODOS.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Artigo do jornalista e doutor em comunicação pela USP, Dario Pignotti que saiu no Blog "O Terror do Nordeste":

Le Monde Diplomatique: o embate entre governo Lula e rede Globo

No início da década de 1980, centenas de milhares de brasileiros cantaram em coro “O povo não é bobo, abaixo a rede Globo!”, quando a corporação na qual se apoiou a ditadura militar censurou as mobilizações populares contra o regime militar, utilizando fotonovelas e futebol para tentar anestesiar a opinião pública. Hoje, um segmento crescente do público brasileiro expressa seu descontentamento frente o grupo midiático hegemônico.

Por Dario Pignotti*, no Le Monde Diplomatique (Cone Sul e Espanha)

Medições de audiência e investigações acadêmicas detectaram um dado, em certa medida inédito, sobre as relações de produção e consumo de informação: a credibilidade da rede Globo, inquestionável durante décadas, começa a dar sinais de erosão. Contudo, é possível perceber uma diferença substantiva entre a indignação atual e o descontentamento daqueles que repudiavam a Globo durante as mobilizações de três décadas atrás em defesa das eleições diretas.

Em 1985, José Sarney, primeiro presidente civil desde o golpe de Estado de 1964, obstruiu qualquer pretensão de iniciativa reformista relativa à estrutura de propriedade midiática e ao direito à informação, em cumplicidade com a família Marinho – proprietária da Globo, da qual, aliás, era sócio. O atual chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva, parece disposto a iniciar a ainda pendente transição em direção à democracia na área da comunicação.

No início de 2009, no Fórum Social Mundial realizado na cidade de Belém, Lula convocou uma Conferência Nacional de Comunicação. A partir daí, mais de 10 mil pessoas discutiram em assembleias realizadas em todo o país os rumos da comunicação e definiram propostas para levar para a Conferência, realizada de 14 a 17 de dezembro, em Brasília.

“É a primeira vez que o governo, a sociedade civil e os empresários discutem a comunicação; isso, por si só, já é uma derrota para a Globo e sua política de manter esse tema na penumbra (...). O presidente Lula demonstrou estar determinado a instalar na sociedade um debate sobre a democratização das comunicações; creio que isso terá um efeito pedagógico e poderá converter-se em um dos temas da campanha (de 2010)”, assinala Joaquim Palhares, diretor da Carta Maior e delegado na Conferência.

O embate entre Lula e a Globo poderia ser resumido como uma disputa pela verossimilhança, um bem escasso no mercado noticioso brasileiro. Ao participar quase que diariamente de atos ou eventos públicos, o presidente dialoga de forma direta com a população, estabelecendo um contrato de confiança que contrasta com a obstinação dos meios dominantes em montar um discurso noticioso divorciado dos fatos que, às vezes, beira a ficção.

Lula configura um “fenômeno comunicacional singular; o povo acredita nele, não só porque fala a linguagem da gente simples, mas porque as pessoas mais carentes foram beneficiadas com seus programas sociais; isso é concreto, o Bolsa Família atende a 45 milhões de brasileiros que não prestam muita atenção ao que diz a Globo”, observa a professora Zélia Leal Adghirni, doutora em Comunicação e coordenadora do programa de investigação sobre Jornalismo e Sociedade da Universidade de Brasília.

“Por que Lula ganhou duas vezes as eleições (2002 e 2006), uma delas contra a manifesta vontade da Globo? Por que Lula tem uma popularidade de 80%?”, pergunta Adghirni, para quem “as teorias de comunicação clássica que estudamos na universidade não são aplicadas ao fenômeno Lula. Desde a teoria da ‘agulha hipodérmica’ até a da ‘agenda setting’, dizia-se que os meios formam a opinião ou pautam o temário do público, mas com Lula isso não ocorre: os meios de comunicação estão perdendo o monopólio da palavra”.

Por outro lado, como se sabe, a construção de consensos sociais não se galvaniza só com mensagens racionais ou versões críveis da realidade, também é necessário trabalhar no imaginário das massas, um território no qual a Globo segue sendo praticamente imbatível. A empresa do clã Marinho controla o patrimônio simbólico brasileiro: é a principal produtora de novelas e detém os direitos de transmissão das principais partidas de futebol e do carnaval carioca.

Frente à gigantesca indústria de entretenimento da Globo, o governo é praticamente impotente. Não obstante, a imagem do presidente-operário provavelmente ganhará contornos míticos em 2010, com o lançamento do longa-metragem Lula, o Filho do Brasil, que será exibido no circuito comercial e em um outro alternativo (sindicatos e igrejas). O produtor Luis Carlos Barreto prevê que cerca de 20 milhões de pessoas assistirão à história do ex-torneiro mecânico que se tornou presidente, o que seria a maior bilheteria da história no país.

O balanço provisório da política de comunicação de Lula indica que esta tem sido errática. Em seu primeiro mandato (2203-2007), impulsionou a criação de um Conselho de Ética informativa, iniciativa que arquivou diante da reação empresarial. Após essa tentativa fracassada, o governo não voltou a incomodar as “cinco famílias” proprietárias da grande imprensa local, até o final de sua primeira gestão.

Em seu segundo governo – iniciado em 1° de janeiro de 2007, Lula nomeou Hélio Costa como ministro das Comunicações, um ex-jornalista da Globo que atua como representante oficioso da empresa no ministério. Mas enquanto a designação de Costa enviava um sinal conciliador aos grupos privados, Lula seguia uma linha de ação paralela.

Em março de 2008, o Senado, com a oposição cerrada do PSDB, do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, aprovou o projeto do Executivo para a criação da Empresa Brasileira de Comunicações, um conglomerado público de meios que inclui a interessante TV Brasil, para a qual, em 2010, o Estado destinará cerca de US$ 250 milhões. O generoso orçamento e a defesa da nova televisão pública feita pelos parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) indicavam que Lula havia decidido enfrentar a direita política e midiática. Ao mesmo tempo em que media forças com a Globo – ainda que não de forma aberta -, Lula aproximou posições com as empresas de telefonia (interessadas em participar do mercado de conteúdos e disputar terreno com a Globo) e algumas televisões privadas, como a TV Record – de propriedade de uma igreja evangélica.

A estratégia foi tomando contornos mais firmes no final do mês de outubro quando Lula defendeu, durante uma cerimônia de inauguração dos novos estúdios da Record no Rio de Janeiro, o fim do "pensamento único" capitaneado por alguns formadores de opinião (em óbvia alusão à Globo) e a construção de um modelo mais plural. Dias mais tarde, o mesmo Lula afirmava: “Quanto mais canais de TV e quanto mais debate político houver, mais democracia teremos (...) e menos monopólio na comunicação”.

Com um discurso monolítico e repleto de ressonâncias ideológicas próprias da Doutrina de Segurança Nacional (como associar qualquer objeção à liberdade de imprensa empresarial com ocultas maquinações “sovietizantes”), o grupo Globo lançou uma ofensiva, por meios de seus diversos veículos gráficos e eletrônicos, contra a incipiente tentativa do governo de estimular o debate sobre a atual ordem informativa, que alguns definem como um “latifúndio” eletrônico.

O primeiro passo neste sentido, assinala Joaquim Palhares, foi “esvaziar e boicotar a Conferência Nacional de Comunicação, retirando-se dela, dando um soco na mesa e saindo impestivamente para tentar deslegitimá-la”, movimento seguido por outros grupos midiáticos. O segundo movimento consistiu em articular um discurso institucional para fazer um cerco sanitário contra o contágio de iniciativas adotadas por governos sulamericanos como os da Argentina, Equador e Venezuela, orientadas na direção de uma reformulação do cenário midiático.

A Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) “temem que o que ocorreu na Argentina se repita no Brasil; eles veem essa lei como uma ameaça e começaram a manifestar sua solidariedade com a imprensa da Argentina”, afirma Zélia Leal Adghirni. O receio expresso pelas entidades representativas dos grandes conglomerados midiáticos é o seguinte: se o descontentamento regional contra a concentração informática ganha força junto à opinião pública brasileira, poderia romper-se a cadeia de inércia e conformismo que já dura décadas e, quem sabe, iniciar-se um gradual – nunca abrupto – processo de democratização.

O inverso também se aplica: se o Brasil, liderado por Lula, finalmente assumir como suas as teses do direito à informação e à democracia comunicacional, é certo que essa corrente de opinião, atualmente dispersa na América Sul, poderá adquirir uma vertebração e uma legitimidade de proporções continentais.


* Dario Pignotti é jornalista e doutor em Comunicação pela Universidade de São Paulo

O CINISMO DO PSDB QUANDO É GOVERNO

O CINISMO DO PSDB QUANDO É GOVERNO

Vergonha é o que podemos falar sobre o relatório final da cpi da corrupção no Rio Grande do Sul, mesmo diante dos fortes indícios, com vídeos gravados, depoimentos e outras provas contidas no processo que o MP encaminhou à justiça, a assembléia legislativa gaúcha, sob o relatório de um deputado tucano que não indiciou ninguém, nem mesmo a governadora, e estamos falando de milhões de reais. A ética e a moral e o combate a corrupção dos tucanos, só valem para os seus adversários e visando obter ganhos políticos. Leiam abaixo, matéria do "Cloaca" sobre o assunto:

RELATÓRIO SEM-VERGONHA DE TUCANO IDEM DIZ QUE NÃO HÁ CORRUPÇÃO NO GOVERNO SEM-VERGONHA DE TUCANA IDEM



Um certo Coffy Rodrigues, deputado tucano que lidera o ranking da sem-vergonhice no PSDB gaúcho, não teve pejo de se apresentar, ontem, diante de câmeras e microfones, lendo o que ele afirmou ser o relatório final da CPI da Corrupção, instalada pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul para investigar a roubalheira generalizada que campeia no governo de Yeda Crusius.
Com a mesma caradura cínica observada durante as sessões da Comissão em que era o relator, nas quais aproveitava o "tempo livre" para cortar as unhas ou jogar boliche no celular, Coffy brindou os circunstantes com uma ode ao escárnio, isentando sua fada-madrinha - e toda a corriola amiga - de responsabilidades em todos os episódios de corrupção deslavada colecionados durante a gestão de Yeda.
Estamos falando de desvios na casa das centenas de milhões de reais, sobre os quais os deputados sem-vergonhas aliados do Piratini manifestaram-se fugindo do plenário na hora H.
E estamos falando de escândalos fartamente ilustrados com gravações de áudio e vídeo, fotos, documentos e testemunhos, todos devidamente registrados pelo blog Zero Corrupção, criado para tal fim.
A chamada "imprensa local", como sói, tratou logo de botar um rochedo sobre o assunto. Na capa do tabloide Zero Hora - a mais sem-vergonha das gazetas sem-vergonhas brasileiras - a zombaria patrocinada pelos tucanos ganhou este esclarecedor destaque na edição hoje:
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Seu concorrente, Correio do Povo, pelo menos teve a hombridade de dar nome aos bois, a despeito dos miseráveis três parágrafos que destinou à pauta.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

PERDA DE RUMO

PERDA DE RUMO
A grande mídia perdeu totalmente o rumo, basta analisar as manchetes dos jornais e tomo como exemplo a "Folha de São Paulo" de hoje: "SERRA E SCHWARZINEGGER DEFENDEM AÇÕES LOCAIS". Agora, imaginem uma copa do mundo sendo realizada em sua cidade e os jornais locais dando manchete de um campeonato de várzea. Esse é o exemplo mais próximo que encontrei para retratar o absurdo que a "Folha" e a grande mídia estão fazendo. Enquanto isso, a verba para a publicidade do governo Serra e Kassab aumentam a cada ano, mesmo quando há corte no orçamento para atividades básicas para a população (como verba destinada a canalização de corrégos e coleta de lixo), mantém-se, e pior, aumentam os gastos com publicidade desses (des)governos .

DESNUTRIÇÃO INFANTIL DIMINUI NO NORDESTE

DESNUTRIÇÃO INFANTIL DIMINUI NO NORDESTE
A revista Pesquisa Fapesp publicou matéria sobre o estudo realizado pelos professores Carlos Augusto Monteiro e Ana Lucia L. de Lima da USP. O estudo será publicado em janeiro , na Revista de Saúde Pública e mostra que a desnutrição em crianças no Nordeste caiu entre 1986 e 1996 de 33,9% para 22,2%, e, entre 1996 e 2006, foi reduzida em três quartos, ficando em 5,9%. Carlos Augusto Monteiro afirma que esta velocidade é inédita e que nenhum estudo no mundo revelou uma queda na desnutrição tão grande e em tão curto espaço de tempo. O estudo aponta que a continuar a redução na velocidade dos últimos dez anos, em menos de dez anos, o Nordeste estará livre da desnutrição infantil.
Fonte: o Blog do Nassif.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

CONFECOM

CONFECOM
Iniciou-se onte, a 1ª Conferência Nacional de Comunicações (Confecom), em Brasília (DF). A abertura foi feita pelo Presidente Lula que falou da importância da imprensa para a Democracia e que os desvios, por acaso, cometidos por esta, a própria liberdade de imprensa resolveria, pois as pessoas sabiam diferenciar o joio do trigo e isto implicaria em perda de credibilidade destes órgãos de imprensa.
A conferência foi convocada meses atrás, não obtendo por parte da mídia, a devida importância, foi boicotada pela maioria das entidades representativas do empresariado das comunicações, que tentam manipular as normas da conferência a seu favor. Esperamos que esta Confecom, traga os avanços tão esperados pela população com relação a mídia. Procurarei trazer mais informações da conferência nos próximos dias.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O TRATAMENTO DIFERENTE DA MÍDIA PARA COM O LULA
Estamos acostumados a ler, ouvir e assistir diariamente, críticas as viagens do Presidente Lula, mesmo sabendo dos grandes avanços conseguidos pelo presidente, seja no comércio, na política, na indústria, nas relações internacionais, no respeito ao Brasil, nos intercâmbios e nos investimentos conseguidos, quem em muito, ultrapassam os benefícios conseguidos no governo FHC. Agora, leiam o que a revista "Veja" publicou em 1997: "Com a visita à Índia, Fernando Henrique bate recorde de viagens - e isso é bom". Com o FHC as viagens eram boas, já com o Lula... quando afirmamos que hoje, grande parte da mídia é um braço partidário dos demotucanos, não estamos exagerando. Aliás, como vemos, não é de hoje.

POR QUE NÃO DIVULGAM OS TÍTULOS DO LULA?

Leiam o que a revista "Veja" na coluna Radar, exaltando os títulos ganhos pelo FHC e comparando com o José Sarney:
"Esta é para deixar o ex-presidente José Sarney com inveja. Fernando Henrique vai acrescentar na viagem à Inglaterra mais dois títulos de doutor honoris causa - pelas Universidade de Cambridge e pela London School. Agora são oito em sua administração (as outras são Coimbra, Porto, Venezuela, Berlim, Lyon e Bolonha). Sarney nos cinco anos de mandato ganhou só três desses títulos".
A pergunta que fica é: por que será que a mídia não divulga os títulos que o Presidente Lula já ganhou até agora, será porque faria o FHC morrer de inveja, já que o Lula ganhou mais de 240 titulos e diplomas (quando chegou ao governo não tinha nenhum) até agora, sem falar nas dezenas de Universidade que querem dar-lhe o título de doutor honoris causa e que o mesmo deixou para depois que sair da presidência
A CORRUPÇÃO E O GOVERNO FHC
A mídia tenta passar para os seus leitores que a corrupção é algo intrínseco ao PT e ao governo Lula, lembremos, já que eles escondem o que a revista "Veja" na coluna Radar dizia em 2001:

"Um dos magos das pesquisas de opinião no país acha que toda essa algazarra política, com denúncias de corrupção espoucando de vários lados, não terá capacidade para afetar a imagem do governo FHC. O motivo não é exatamente lisonjeiro: seis anos de acusações desse tipo criaram na população uma sensação de que essas coisas, de alguma maneira, fazem parte do governo. Para o bem ou para o mal, criou-se uma blindagem."

Como podemos comprovar, as denúncias de corrupção no governo do PSDB pipocava de muitas frentes, o problema é que não eram investigadas e nem eram divulgadas como é hoje, pelo contrário, a mídia fazia de tudo para esconder.

A CARA DO GOVERNO FERNANDO HENRIQUE
Esta saiu na 'Veja" em 2001, na coluna Radar:

"Para o bem ou para o mal, os eleitores já identificaram quem é a "cara" do governo FHC. O Vox Populi acaba de concluir uma pesquisa nacional, na qual incluiu a seguinte pergunta: 'Qual desses ministros está mais identificado com FHC e com seu governo?' Deu José Serra na cabeça, com 24% do total. Colado no ministro da Saúde ficou Pedro Malan, com 20%. Muito, muito atrás apareceram Pimenta da Veiga (5%) e Paulo Renato Souza (3%)."

Por mais que o Serra e a mídia queiram esconder, não tem como apagar o que foi escrito por esta mesma mídia, ou seja, o Serra tem a cara do governo FHC, literalmente.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O HOMEM QUE ASSOMBROU O MUNDO

O HOMEM QUE ASSOMBROU O MUNDO
A oposição e a grande mídia brasileira, irão à loucura, com o que foi publicado hoje, no jornal espanhol "El País". Segundo o jornal,"o Presidente Lula converteu-se em uma grande líder da América Latina e uma referência para todos os políticos". O jornal fez a escolha dos 100 personalidades iberoamericanas e o primeiro ministro espanhol José Luiz Rodrigues Zapatero, fez a afirmação:"a mim não estranha nada, que este homem assombre ao mundo". Abaixo, podemos conferir o artigo escrito pelo primeiro ministro espanhol, Zapatero:

EL PAÍS SEMANAL ofrece este domingo su número especial 'LOS CIEN DEL AÑO'. Hombres y mujeres iberoamericanos que han marcado 2009. Retratados por Mariano Rajoy, Javier Solana, Lydia Cacho, Bigas Luna, Tom Ford, Vicente del Bosque y 91 firmas más. Como adelanto, el perfil del presidente de Brasil, Lula Da Silva, personaje del año 2009, trazado por el presidente del Gobierno, José Luis Rodriguez Zapatero

Este es un hombre cabal y tenaz, por el que siento una profunda admiración. Lo conocí en septiembre de 2004, tras la incorporación de España a la Alianza contra el Hambre que él lideraba, en una cumbre organizada por Naciones Unidas en Nueva York. No podía haber sido mejor la ocasión.


Luiz Inácio Lula da Silva es el séptimo de los ocho hijos de una pareja de labradores analfabetos, que vivieron el hambre y la miseria en la zona más pobre del Estado brasileño nororiental de Pernambuco.

Tuvo que simultanear sus estudios con el desempeño de los más variopintos trabajos y se vio obligado a dejar la escuela, con tan sólo 14 años, para trabajar en la planta de una empresa siderometalúrgica dedicada a la producción de tornillos. En 1968, en plena dictadura militar, dio un paso que marcó su vida: afiliarse al Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo y Diadema.

De la mano de este hombre, siguiendo el sendero abierto por su predecesor en la Presidencia, Fernando Henrique Cardoso, Brasil, en apenas 16 años, ha dejado de ser el país de un futuro que nunca llegaba para convertirse en una formidable realidad, con un brillante porvenir y una proyección global y regional cada vez más relevante. Por fin, el mundo se ha dado cuenta de que Brasil es muchísimo más que carnaval, fútbol y playas. Es uno de los países emergentes que cuenta con una democracia consolidada, y está llamado a desempeñar en las décadas siguientes un creciente liderazgo político y económico en el mundo, tal y como ya viene haciendo en América Latina con notable acierto.

Lula tiene el inmenso mérito de haber unido a la sociedad brasileña en torno a una reforma tan ambiciosa como tranquila. Está sabiendo, sobre todo, afrontar, con determinación y eficacia, los retos de la desigualdad, la pobreza y la violencia, que tanto han lastrado la historia reciente del país. Como consecuencia de ello, su liderazgo goza hoy en Brasil del respaldo y del aprecio mayoritarios, pero mucho más importante aún es la irreversible aceptación social de que todos los brasileños tienen derecho a la dignidad y la autoestima, por medio del trabajo, la educación y la salud.

Superando adversidades de todo orden, Lula ha recorrido con éxito ese largo y difícil camino que va desde el interés particular, en defensa de los derechos sindicales de los trabajadores, al interés general del país más poblado y extenso del continente suramericano. Sin dejar de ser Lula, en esa larga marcha ha conseguido, además, ilusionar a muchos millones de sus conciudadanos, en especial aquellos más humillados y ofendidos por el azote secular de la miseria, proporcionándoles los medios materiales para empezar a escapar de las secuelas de ese círculo vicioso.

Al mismo tiempo, en los siete años de su presidencia, Brasil se ha ganado la confianza de los mercados financieros internacionales, que valoran la solvencia de su gestión, la capacidad creciente de atraer inversiones directas, como las efectuadas por varias compañías españolas, y el rigor con que ha gestionado las cuentas públicas. El resultado es una economía que crece a un ritmo del 5% anual, que ha resistido los embates de la recesión mundial y está saliendo más fortalecida de la crisis.

Tras convertirse en el presidente que accedía al cargo con un mayor respaldo electoral, en su cuarto intento por lograrlo, Lula manifestó que es inaceptable un orden económico en el que pocos pueden comer cinco veces al día y muchos quedan sin saber si lograrán comer al menos una. Y apostilló: "Si al final de mi mandato los brasileños pueden desayunar, almorzar y cenar cada día, entonces habré realizado la misión de mi vida".

En ese empeño sigue este hombre honesto, íntegro, voluntarioso y admirable, convertido en una referencia inexcusable para la izquierda del continente americano al sur de Río Grande. Tiene una visión del socialismo democrático que pone el acento en la inclusión social y en la justicia medioambiental para hacer posible una sociedad más justa, decente, fraterna y solidaria.

Brasil ocupará pronto un lugar en el Consejo de Seguridad de Naciones Unidas, está a punto de convertirse en toda una potencia energética y en 2014 albergará el Campeonato Mundial de Fútbol. Cuando nos vimos en octubre en Copenhague, Lula lloraba de felicidad, como un niño grande, porque Río de Janeiro acababa de ser elegida ciudad organizadora de los Juegos Olímpicos de 2016. La euforia que le inundaba no le impidió tener el temple necesario para venir a consolarme porque Madrid no había sido elegida y fundirnos en un abrazo.

A mí no me extraña nada que este hombre asombre al mundo.

José Luis Rodríguez Zapatero es presidente del Gobierno español.


domingo, 6 de dezembro de 2009

O SUJO E O MAL LAVADO

O SUJO E O MAL LAVADO
Interessante a matéria do "Jornal do Povo", onde podemos ver como se dão o "sujo e o mal lavado":


PSDB deveria ter investigado Yeda e não fez, lembra Maia

Presidente do Dem protesta contra tucanos que atacaram e abandonaram Roberto Arruda

Nós, aqui, leitores, até que queríamos tratar de outras coisas e deixar o Arruda e assemelhados para a polícia – que é a instituição apropriada para tratar de privatizadores, vestais de bordel, falsários, chupins de orçamento, vaselino-vigaristas, servo-banquistas, cleptocratas, camareiras do neoliberalismo e da neo-estupidez & outros ladrões.

Porém, depois da performance do PSDB no caso, não resistimos. Como não somos radicais, não adotaremos como premissa a conclusão científica de alguns de nossos leitores, segundo os quais “a diferença entre o Arruda e o Serra é a careca”. Mas todo mundo sabe que Arruda era ex-tucano e não ex-pefelista. E, pelo número de assinaturas da “Veja” que ele fez o governo do DF comprar (passou R$ 400 mil para os Civita), até que essa conclusão de alguns leitores parece mesmo merecer os encômios destinados à mais alta ciência.

Arruda saiu do PSDB depois da fraude do painel de votação do Senado. Mas, temos de reconhecer, continuou o tucano de sempre. Aliás, um verdadeiro submarino tucano dentro do córrego ex-pefelista. Aí estão o Ronaldo Caiado e o Demóstenes que não nos deixam mentir: querem exterminar o Arruda do Dem, como o velho Detefon exterminava insetos das casas, não pelos malfeitos agora revelados pela PF, mas porque, em Goiás, Arruda estava bancando o Marconi Perilo.

O presidente do Dem, deputado Rodrigo Maia, no entanto, ficou muito escandalizado com o abandono do PSDB ao correligionário que seu partido fez o favor de abrigar na hora ingrata que sucede à descoberta de uma fraude.

Lembrou ele que a direção nacional do Dem “foi solidária com a crise que passa até hoje o PSDB no Rio Grande do Sul e não fez nenhum julgamento”.

Uma declaração bastante interessante. Por coincidência, a operação da Polícia Federal que investiga o roubo aos esgotos (não é brincadeira, leitor) em todo o Rio Grande do Sul chama-se, precisamente, “Operação Solidária”. Segundo o superintendente da PF em Porto Alegre, Ildo Gasparetto, nas obras de esgotos há suspeita de fraudes que chegam a R$ 300 milhões – até agora, segundo a presidente da CPI que investiga o governo Crusius, deputada Stela Farias, já existiam malversações em torno de R$ 340 milhões, incluindo as constatadas pela “Operação Rodin” (o nome deve ser porque Rodin esculpiu a “Porta do Inferno”), que, ao investigar o Detran-RS, encontrou fraudes de R$ 44 milhões. E não vamos falar da famosa casa da governadora ou do enxoval comprado com dinheiro público, que isso é bagatela, perto do resto.

No entanto, como disse o deputado Maia, o Dem ficou, até agora, calado – e apoiando a governadora gaúcha. Podem ter sido – e certamente foram – omissos, mas, pelo menos, foram mais discretos do que Serra e seus colegas tucanos, que assinaram documento avalizando a “longa trajetória política, construída com competência e respeito a princípios éticos” da governadora, e garantindo que as descobertas da PF são apenas para colocar “em segundo plano a importante obra administrativa do Governo Estadual, que vem buscando, com extrema seriedade, o equilíbrio das contas públicas e o resgate da credibilidade interna e externa do Estado”. Naturalmente: a governadora é do PSDB, e não do Dem, ou qualquer outro partido.

Já no Distrito Federal, Arruda (quem mandou ser puxa-saco?) e o Dem que paguem o pato sozinhos, apesar do próprio presidente do PSDB-DF, Márcio Machado, secretário de Obras e candidato ao Senado na chapa de Arruda, ser um dos envolvidos – e com detalhes – nos depoimentos colhidos pela PF. No entanto, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, não quis saber de investigar o correligionário. Disse que o PSDB se retirava do governo do DF porque “os fatos são gravíssimos”. Guerra, por sinal, é outro dos que assinaram o manifesto de apoio a Yeda Crusius. No DF, supõe-se, o PSDB devia ser a flor do lodo – apesar do lodaçal atingir “apenas” o presidente regional do PSDB, implicado pelos mesmos depoimentos que implicam Arruda.

Diz o deputado Maia que “nós do Dem estamos investigando as denúncias contra um filiado. O PSDB poderia ter investigado a governadora Yeda Crusius, mas não fez”. E nem vai fazer.

O que deixou mais irritado o presidente do Dem foram as insinuações de que, depois da filmoteca da PF sobre o governo Arruda, seu partido não poderia indicar o candidato a vice na chapa do PSDB.

“Se for levar em conta escândalos para definir vaga em chapa, talvez o PSDB nem pudesse lançar candidatura presidencial”, disse Maia. E repetiu: “se crises como essa fossem impeditivos de alguma coisa, talvez o PSDB, se fosse o caso, não poderia ter candidato próprio para presidente”.

Quanto a Arruda, está bem servido: acabou de contratar José Eduardo Alckmin, que vem a ser o advogado de Yeda Crusius. Deve ser um profissional muito experiente nesses assuntos. E até capaz de fazer milagres.

O QUE ELES DISSERAM E O QUE IRÃO DIZER

O QUE ELES DISSERAM E O QUE IRÃO DIZER
Não dá para fazer de conta que os Demotucanos não estavam tentando nos empurrar goela a baixo, o José Arruda, na campanha de 2010. Os demos passaram a vender a imagem do Arruda como um grande administrador, zeloso com o dinheiro público e como possível candidatoa vice presidência, fato este, corroborado pelos tucanos. Vale a pena rever algumas declarações de demotucanos sobre o Arruda:
FHC - Pela boa administração que exerce no Distrifo Federal, José Arruda é hoje uma das mais importantes lideranças políticas no cenáriopolítico nacional.

Artur Virgílio - Arruda serve para ser candidato a presidente da república pelos democratas.

Álvaro Dias - Arruda não fez barganha, não instalou um balcão de negócios para oferecer a este ou aquele partido.

Heráclito Fortes - Parabenizo o governador Arruda, por suas ações moralizantes.

Estes são os demotucanos.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Grande texto do Emir Sader em seu blog, fazendo uma comparação histórica do udenismo de ontem e o do demotucanismo de hoje.

O SUB UDENISMO

Por mais diferentes que possam parecer as condições históricas, a polarização política atual se parece incrivelmente àquela de décadas atrás entre Getúlio e a oligarquia paulista. Alguns personagens são os mesmos – os Mesquitas, por exemplo -, outros se agregam a eles – os Frias, os Civitas -, os partidos tem outros nomes – PSDB no lugar da UDN; PSOL, no lugar da Esquerda Democrática; FHC no lugar de um udenista carioca, mas o xodó da direita paulista de então, Carlos Lacerda; intelectuais acadêmicos mudam de nome, mas repetem o mesmo papel.

O anti-getulismo era o mote central que aglutinava a direita e setores de esquerda que, confundidos, se somavam àquela frente. Na defesa da “liberdade” de imprensa, supostamente em risco, quando o monopólio era total – com exceção da Última Hora – em favor da oposição. Liberdade de educação, supostamente em risco, a educação privada, pelos avanços do “estatismo” getulista.

Em defesa do Estado, supostamente assaltado por sindicalistas e pelo partido do Getúlio – o PTB – e pelos sindicalistas, petebistas e comunistas. Excessiva tributação do Estado, populismo de aumentos regulares do salário mínimo. Denúncias de corrupção. Alianças internacionais com intuitos de abocanhar governos em toda a região, tendo Perón como aliado estratégico.

Era a polarização da guerra fria: democracia contra ditadura, liberdade contra totalitarismo. O Estadão se referia nos seus editoriais ao governo “petebo-castro-comunista”, quando falava do governo Jango, uma continuação do de Getúlio.

A Esquerda Democrática, que tinha surgido dentro da UDN, depois se abrigou no Partido Socialista, se opunha ferreamente à URSS (ao stalinismo), aos partidos comunistas e ao getulismo, como um bloco único. Era composta bascamente de intelectuais, os principais – como Antonio Cândido, Azis Simão, entre outros – fizeram autocrítica por terem finalmente ficado com a direita contra Getúlio.

O Partido Comunista, que em 1954 tinha ficado contra Getúlio, somando-se à oposição, teve que sentir a reação popular, quando os trabalhadores, assim que souberam do suicídio de Getúlio, se dirigiram em primeiro lugar à sede do jornal do PC, para atacá-lo. Um testemunho dramático revela os dilemas em que tinha se metido o PCB: Almino Afonso, extraordinário parlamentar da esquerda, ia se somar à marcha, apoiada pelos comunistas, contra Getúlio. Quando a marcha chegou ao Largo São Francisco, onde se somariam os estudantes, Almino se deu conta que a marcha era liderada pelas madames representantes da mais reacionária burguesia paulista. E, nesse momento, se perguntou, onde tinham se metido, com quem, que papel estavam jogando. E se deu conta que estavam do lado errado, com a direita, contra Getúlio.

Atualmente, o bloco opositor ao governo Lula está composto de forças as mais similares àquelas que se opunham a Getúlio. O governo Lula aparece sendo acusado de coisas muito similares: estatismo, impostos, sindicalistas, corrupção, apropriação do Estado para fins partidários, gastos excessivos com políticas sociais, alianças internacionais que distanciam o país da aliança com os EUA, favorecendo a lideres nacionalistas, etc.,etc. Então e agora, a oposição conta com a SIP – Sociedade Interamericana de Imprensa -, que pregou e apoiou a todos os golpes militares no continente.

Como agora, a frente direitista foi sempre derrotada pelo voto popular, a ponto que a UDN chego a pedir o “voto de qualidade”, com o pretexto de o voto de um médico ou de um engenheiro deveria valer mais do que o voto de um operário, no seu desespero de sentir que perdia o controle do país para uma coligação apoiada no voto popular.

Da mesma forma que depois da morte de Getúlio, se chocam o desenvolvimento e o “moralismo” privatizante da UDN, um projeto nacional e popular e o revanchismo de 1932, que pretende que a elite paulista é a locomotiva da nação, quando ela se apóia no trabalho dos milhões de trabalhadores superexplorados pelas grande empresas internacionalizadas, milhões de trabalhadores, entre os quais se encontram os retirantes do nordeste, que foram construir a grandeza de São Paulo.

O sub-udenismo atual – o primeiro como tragédia, o segundo como farsa - está tão fadado ao fracasso e a desaparecer de cena – FHC, Tasso Jereissatti, Bornhausen, Marco Maciel, Pedro Simon – como desapareceram seus antecessores, a começar por Carlos Lacerda – de que FHC é uma triste caricatura. Inclusive porque agora lhes falta um elemento essencial – poder bater nas portas dos quartéis, pelo que eram chamados de “vivandeiras de quartel”. Resta-lhes o traje escuro do luto, cor preferida de Lacerda e que cai tão bem em FHC – a cor do corvo, a ave de rapina, ave de mau agouro, a quem só resta ser Cassandra de um caos que souberam produzir, mas que foi superada exatamente pela sua derrota e seu fracasso. Sobre o seu cadáver se edifica o Brasil para todos.

Postado por Emir Sader.