sábado, 27 de fevereiro de 2010

O IBOPE MERECE ALGUMA CREDIBILIDADE

O IBOPE MERECE ALGUMA CREDIBILIDADE?
Não sou de dar muita importância as pesquisa, elas refletem o momento e ainda tem muita água para rolar até as eleições. Mas, fazendo uma avaliação dos resultados das pesquisas realizadas este ano, mostra que o Ibope deve ser questionado sim, principalmente, depois das declarações do seu presidente, o Montenegro, à mídia, onde este falou que o limite da Dilma nas pesquisas seria 15%. Vejam o quadro abaixo:
¨Candidatos Vox Populis Sensus Ibope Datafolha
14 a 17 Jan 25 a 29 Jan 6 a 9 Fev 24 a 25 de Fev
Serra 34 33,2 36 32
Dilma 27 27,8 25 28
Diferença - 7 5,4 11 4

Notem como fica distante do que mostra as outras pesquisas, os números do Ibope. Para mim, isso é manipulação. Vale salientar que o Ibope vem sendo, cada vez mais, alvo de questionamentos sobre as pesquisas nos últimos anos.

A EDUCAÇÃO PAULISTA

A EDUCAÇÃO PAULISTA
Depois de 15 anos governando São Paulo, o PSDB não fez nada que melhorasse a educação, pelo menos, é o que diz a avaliação feita e publicada na Folha que diz: "Em São Paulo, Aluno sai 3 anos defasado. É este partido que traz enormes prejuisos aos avanços necessários à cidade de São Paulo e ao país que quer voltar a governa-lo no próximo ano, através do José Serra. Não será admissível que a nação depois de conhecer o que é uma administração voltada para o povo, queira de volta o atraso, o conservadorismo, o privilégio para poucos e a impunidade.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

PICARETAGEM FOI DA FOLHA

A Folha já desmascarada pela reportagem feita terça feira, onde afirmava que a reativação da Telebras iria benefeciar Santos que o José Dirceu prestou assessoria, agora, chega-se a conclusão que a Folha fez na realidade Lobby visando melar o PNBL do governo brasileiro. Leia, do Blog do Nassif, parte da matéria.

Eletronet: o lobby foi da Folha

Fecha-se o circuito de um dos grandes lobbies montados recentemente pela mídia.

Acompanhe:

1. A Folha, através do repórter Marcos Aith, traz a manchete bombástica de que um cliente de José Dirceu, Nelson dos Santos – sócio da massa falida da Eletronet – iria receber R$ 200 milhões do governo, caso saísse o Plano Nacional de Banda Larga, em cima da rede de fibras óticas da empresa – que o governo já tinha pegado de volta, sem nada pagar. Atribuiu a operação – que, segundo Aith, beneficiaria Nelson – ao lobby de José Dirceu.

2. No mesmo dia, aqui, se desmontou essa tese. Mostrou-se que, na verdade, governo e Nelson estavam em lados opostos. O governo retirando a rede da Eletronet, sem nada pagar; e Nelson querendo manter o controle da empresa.

3. A matéria era maliciosa e relacionava a caução que o governo teve que depositar no processo movido pelos credores (para poder ficar com a rede de fibras óticas) com os supostos benefícios ao Nelson. Ora, a ação era de credores querendo receber pelo que entregaram, não dos ex-acionistas. De que modo Nelson ganharia R$ 200 milhões? A matéria não explicava. E foi duramente cobrado do Aith, aqui, que mostrasse de que forma se daria o pagamento.

4. No dia seguinte, mudou totalmente o enfoque da matéria – mas sempre colocando a União como cúmplice do Nelson. Agora – na matéria do Aith – a Oi estava querendo adquirir as dívidas dos credores para poder assumir a rede da Eletronet. Do que se aproveitou Aith/Folha para relembrar o caso BrOi, Gamecorp, a assessoria do José Dirceu etc. A matéria foi abatida em pleno vôo por outra – esta, séria – do Estadão, informando que Nelson ganharia R$ 70 milhões, mas só na hipótese da Oi entrar. E a Oi não entrou justamente porque foi barrada pela Eletrobras, em função do PNBL. Ou seja, quem gorou a aventura do Nelson (que assumiu 51% da Eletronet por R$ 1,00) foi o PNBL – o oposto do que Aith/Folha falava. Nelson só ganharia se o plano gorasse.

5. Durante dois dias seguidos, Aith/Folha ficaram com a broxa na mão. Afinal, iriam deixar passar batido a barriga ou abririam as cartas sobre as fontes da informação.

Sem alternativa, na matéria de hoje Aith abre as cartas: a fonte da tal matéria era o próprio Nelson dos Santos.

O empresário diz que a autofalência da Eletronet não é culpa dos sócios privados. “O pedido de autofalência foi feito pela Lightpar [que representa o governo na empresa] e não pela AES [sócia majoritária na época]“, disse Santos à Folha antes da publicação da reportagem.

Aí, o leitor mais desavisado perguntaria: mas a troco de quê o próprio Nelson faria uma denúncia sobre uma operação (o PNBL) que, segundo a própria matéria, o beneficiaria? Mania de suicídio?

Qualquer repórter iniciante, mais que isso, qualquer pessoa medianamente inteligente e intelectualmente honesta se perguntaria porque uma fonte estaria lhe passando informações denunciando uma operação da qual supostamente ela seria beneficiária. Aith não é ingênuo, não é novato e não é despreparado. Mesmo assim, não perguntou.

Não há hipótese de Aith/Folha não saberem que as informações vindas de Nelson dos Santos se destinavam a melar o PNBL. E, sendo assim, seria impossível que o PNBL beneficiasse Nelson e a Eletronet. Então por que insistiram nesse falso escândalo? Aliás, pela própria declaração de Nelson – só agora revelada por Aith – se constata que o repórter já sabia das pendências entre governo e Eletronet antes de saírem as denúncias. Estava informado sobre o imbróglio jurídico e sobre a maneira como a lógica do PNBL contrariava os interesses de Nelson. E reportou justamente o contrário, fazendo o jogo da fonte.

A lógica final é simples.

1. Nelson só receberia R$ 70 milhões se não saísse o PNBL e ele pudesse negociar a Eletronet com as teles. Nesse caso, a candidata pagaria os credores (no lugar do governo pagar), a empresa sairia da falência e ele receberia R$ 70 milhões pela venda.

2. A única arma que ele tinha eram os recibos de pagamentos ao José Dirceu. A maneira que encontrou para torpedear o PNBL foi pegar os recibos do que pagou a José Dirceu, chamar o notório Aith e combinar uma matéria que diria que o pagamento foi para viabilizar o PNBL e beneficiar a ele, Nelson. Com essa jogada primária, pretendia inviablizar o PNBL e depois sair com a história de que o setor privado resolveu o problema, pagando as dívidas da Eletronet em lugar de gastar dinheiro público. E, aí, embolsaria algo entre R$ 70 milhões e R$ 200 milhões, pagos pela compradora.

A última matéria de Aith, em que a trama é deslindada, porque obrigado a abrir a fonte, é um fecho clássico para uma das grandes manobras de lobby contemporâneo.

Segundo a última matéria de Aith, o lançamento do PNBL inviabiliza a Eletronet. Mas poderá beneficiá-la, «caso o governo mude de ideia». Ora, quem pretendia fazer o governo “mudar de ideia”? O escândalo bancado pela Folha.

Agora, o governo sinaliza que não precisará mais da Eletronet, já que as fibras foram transferidas. Mas, segundo os advogados envolvidos no processo, no estatuto da Eletronet está definido que ela será a única gestora da rede por mais 11 anos. Caso o governo mude de ideia, os sócios privados terão de ser indenizados, incluindo Nelson dos Santos.

Mudar de ideia, significa manter a Eletronet como espinha dorsal – algo que o Nelson quer e o governo não quer:

Outro cenário é o de que a controvérsia pela posse das fibras seja resolvida e o governo mantenha a Eletronet como “espinha dorsal” do PNBL.

Nesse caso, a Eletronet, saneada, aumentaria sua receita e faria crescer a participação de Santos. Hoje ela não tem valor, mas, diz Santos, pode passar de R$ 200 milhões caso seja reativada com a Telebrás.

Ou seja, Nelson ganharia de R$ 70 milhões a R$ 200 milhões se o lobby da Folha fosse bem sucedido, as informações distorcidas melassem o PNBL e a Eletronet pudesse ou ser negociada com o setor privada ou ser aproveitada para o plano – a empresa inteira (como pretende o Nelson) e não apenas a rede de fibras óticas (como planeja o PNBL).

Há um agravante. Antes de sair essa matéria, o jornal soltou outro factóide contra a Telebras, acusando um twitteiro de ter vazado a informação – que já era de amplo conhecimento geral – de que o governo iria ressuscitar a Telebrás. É evidente que foi um preparativo para o lobby final de melar o modelo Telebrás, abrindo espaço para a manutenção da Eletronet.

E por que, afinal, Aith/Folha teriam bombardeado a Oi, se ela poderia ser uma futura compradora? Porque, segundo a matéria do Estadão, a venda para a Oi renderia R$ 70 milhões a Nelson. Mas havia outro comprador disposto a pagar os R$ 200 milhões. Aliás, finalmente se descobre de onde sairiam os R$ 200 milhões para o Nelson. Sairiam se o lobby tivesse dado certo e a Eletronet fosse reativada com a Telebras, o que só aconteceria se o PNBL fosse para o espaço.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

MAIS UMA PICARETAGEM MÍDIA - OPOSIÇÃO

MAIS UMA PICARETAGEM MÍDIA - OPOSIÇÃO

Nova denúncia da Folha é desmentida pelo Estadão

Veja em que lamaçal se meteu a Folha.

Aqui, um resumo. Na sequência, a descrição.

1. Ontem matéria do notório Márcio Aith denunciou que a decisão do governo de recuperar a rede de fibras óticas da Eletronet – massa falida administrada pela Justiça do Rio – permitiria a Nelson Santos, ex-acionista, receber R$ 200 milhões. E relacionava essa operação com a consultoria que lhe foi prestada por José Dirceu.

2. Os fatos foram amplamente desmentidos no decorrer do dia. Mostrou-se que seria impossível qualquer pagamento a Nelson, já que o governo retomou a rede de fibras óticas da empresa e as pendências remanescentes são com os credores, não com os ex-acionistas.

Hoje, o notório Aith volta ao tema, não toca mais no assunto Nelson Santos. Substituiu o escândalo anterior por um novo: a operação, na verdade, destinava-se a permitir a Oi, em conluio com o governo, assumir a rede da Eletronet.

É outro factóide desmentido pelos fatos: o governo quer que a Telebras se incumba da rede de banda larga, contrariando os interesses das operadoras. Quais os dados objetivos que fundamentam a acusação de Aith? Nenhum. Ou melhor, uma tentativa da Oi de negociar com os credores da Eletronet. E que não deu certo, porque, segundo a OI, chegou-se a um «impasse comercial».

3. Aí a reportagem do Estadão driblou o controle do aquário e mostrou a razão do impasse comercial: a tentativa da OI foi vetada pela Eletrobras, controlada pelo governo. Com isso, impediu-se a OI de assumir a empresa e o Nelson de embolsar R$ 70 milhões.

Os fatos e as notícias

Vamos aos detalhes dessa mixórdia jornalística.

Ontem a Folha publicou a suposta denúncia de que, ao ressuscitar a banda larga e aproveitar a rede da massa falida da Eletronet, o governo poderia pagar R$ 200 milhões a Nelson dos Santos – que recebeu 51% da Eletronet de antiga controlodora, a AES, por R$ 1,00. Para reforçar a denúncia foi informado que Nelson tinha contrato de R$ 20 mil por mês com José Dirceu.

No decorrer do dia, mostrou-se que a denúncia era vazia, a partir das seguintes informações:

1. O governo pretende utilizar a rede de fibras óticas da Eletronet para montar sua rede de banda larga, não a Eletronet

2. Para tanto, quando a Eletronet foi à falência, pegou de volta a rede de fibras óticas, sem pagar um tostão.

3. A empresa tornou-se uma massa falida gerida pelo Poder Judiciário do Rio, que tem a posse legal das fibras óticas. E segurou-as para garantir os direitos dos credores de receber a dívida.

Portanto, a única pendência é a Jurídica, envolvendo a União (que quer as fibras), os credores (que querem receber parte do devido) e a Justiça carioca, que administra a massa falida. Não há a mais remota ligação de Nelson dos Santos com o caso. Nelson recebeu a empresa por R$ 1,00, a empresa faliu, ele sai sem nada.

Se o repórter Márcio Aith garantia que, mesmo assim, Nelson poderia receber R$ 200 milhões do governo, de que forma se daria isso, porque se pagaria, se o assunto está sendo resolvido na Justiça, não no Executivo?

Hoje o Aith volta ao tema. O que ele levanta:

Passo 1 – reformula a “denúncia”, já que a anterior foi desmontada no próprio dia. Agora, a denúncia diz que a Oi negocia a compra da dívida da Eletronet com seus credores por cerca de R$ 140 milhões, quase 20% do valor total, estimado em R$ 800 milhões.

O objetivo seria retirá-la da falência e, como contrapartida, explorar comercialmente a rede da companhia.

Caso seja concretizado, será outro negócio controverso da Oi envolvendo o governo. Em 2005, a operadora investiu R$ 5 milhões na Gamecorp, empresa que tem como sócio Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente. Três anos depois, o governo aprovou a mudança na legislação do setor de telecomunicações para que a Oi comprasse a Brasil Telecom. Desse negócio surgiu a atual Oi, dona de uma rede comparável à da Embratel e à da Eletronet em cobertura nacional.

O governo já anunciou taxativamente que transferirá a rede «acesa» para a Telebras operar, ela própria, a banda larga nacional. São compromissos públicos, anunciados pelo Lula. Assim como a intenção de nada pagar pela rede da Eletronet.

Aí o notório Márcio Aith pega uma intenção da OI – de negociar com os credores na Justiça, isto é, sem passar pelo campo do Executivo – e transforma em «outro negócios controverso», comparando com o da BrOi – esse, efetivamente, controverso.

Para dar aparência de seriedade a essas suposições, o repórter vai ouvir a Oi, e recebe a seguinte informação:

A Oi não quis comentar o caso. Disse somente que “estudou o negócio, sua pertinência e compatibilidade, mas chegou a um impasse comercial”.

E quanto aos R$ 200 milhões que seriam pagos ao Nelson dos Santos? Nenhuma informação, nenhuma para o ponto central da manchete escandalosa de ontem. Simplesmente esquece que, ontem, o “escândalo” era o suposto pagamento de R$ 200 milhões ao Nelson.

Limita-se a escrever o seguinte:

O governo tenta solucionar a dívida da Eletronet desde 2003, quando a companhia pediu autofalência. Embora o governo diga, por meio da AGU (Advocacia-Geral da União), que as fibras ópticas foram transferidas à União por liminar, os credores continuam recorrendo na Justiça.

Observação: os credores, não o Nelson. Vamos até o fim para saber onde aparece o Nelson:

Eles alegam que as fibras são de sua propriedade até que a dívida seja paga -algo que, ainda segundo eles, não ocorreu. Por isso, entraram com uma petição na Justiça para cassar a liminar. A decisão não saiu.

Mesmo que o governo desista de usar as fibras da Eletronet, existe um contrato prevendo que a companhia seja a gestora dessa rede (sem competidores) por mais 11 anos, com punições em caso de rescisão como forma de preservar os sócios privados, a canadense Contem Canada e a Star Overseas, a empresa de Nelson dos Santos que teve José Dirceu como consultor até 2009.

E só. Qualquer repórter iniciante sabe que empresa falida perde a concessão pública. É bê-a-bá de cobertura setorial. Ou a reportagem é desinformada ou abusou da má fé.

Assim, a manchete de ontem – repercutida pelos jornais, rádios e TVs - era falsa e foi reduzida a uma pendência entre o governo (que quer retomar a rede) e os credores (que não receberam pelo equipamento entregue). Onde entram os R$ 200 milhões ao Nelson? Sumiram. Nenhuma linha.

A matéria do Estadão

E por que as negociações da Oi com a Eletronet não avançaram? Vai se saber lendo o Estadão.

Aí entra essa divertidíssima briga entre o aquário e as notícias. O Estadão entra no jogo com chamada de primeira página forçada: «Governo deve assumir dívida da Eletronet, de ex-cliente de Dirceu». A matéria interna do repórter Renato Cruz é correta, descreve a disputa entre o governo e os credores, mostra que ex-acionistas nada receberão.

Na sequencia, uma matéria sobre os interesses da Oi em adquirir a Eletronet. Só que contando com começo, meio e fim e desmontando a nova falsificação de Márcio Aith.

Mostra que a Oi tentou na Justiça uma negociação com os credores que permitiria assumir a Eletronet por R$ 200 milhões. Sendo bem sucedida, Nelson conseguiria receber R$ 50 milhões.

Por que não deu certo? Porque o governo resolveu pegar as linhas para montar a infra-estrutura da banda larga:

A negociação levou vários meses e estava em estágio avançado. A Oi, Nelson dos Santos e os principais credores da Eletronet já haviam fechado os principais termos do acordo, segundo fontes ligadas à negociação. A Eletronet devia para instituições financeiras como Banco do Brasil e Safra, e fornecedores de equipamentos como a Furukawa e a Alcatel Lucent. A dívida chegava a R$ 800 milhões, mas os credores aceitariam um desconto para receber pelo menos uma parte do dinheiro a que tinham direito.

O acordo esbarrou, porém, no interesse do governo, que diz querer uma rede estatal de internet banda larga. Dona de 49% do capital da Eletronet, a estatal de energia Eletrobrás tinha o direito de vetar o acordo com a Oi. E foi o que fez, quando o governo decidiu retomar a rede de fibras ópticas e recriar a estatal de telefonia Telebrás.

O circuito da repercussão interna

A própria reportagem da Folha não consegue confirmar uma linha da denúncia. Todas as informações durante o dia mostraram que o caso está sendo tratado na Justiça do Rio – portanto, sem nenhuma ingerência do governo federal.

A própria sequencia da reportagem não confirma a denúncia. Esquece completamente, como se não tivesse sido feita, e muda para uma segunda, que não ocorreu.

Confirma-se mais um factóide da Folha

Publicado no Blog do Nassif.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

BANCO CENTRAL DIZ QUE EMPREGO CRESCE MAIS E POBREZA TEM MAIOR REDUÇÃO NAS REGIÕES MAIS POBRES

BANCO CENTRAL DIZ QUE EMPREGO CRESCE MAIS E POBREZA TEM MAIOR REDUÇÃO NAS REGIÕES MAIS POBRES

O Brasil registrou avanços sociais significativos em todas as regiões entre 2003 e 2008, mas as maiores reduções na pobreza e a formalização mais intensa do mercado de trabalho ocorreram nos locais mais pobres do país, aponta estudo do mais recente "Boletim Regional", do Banco Central (BC). Segundo o BC, a evolução favorável do rendimento da população de baixa renda, incluindo aí os recursos dos programas de transferência do governo (como o Bolsa Família), e "o crescimento contínuo no nível de ocupação nessa mesma classe" são os aspectos que mais chamam a atenção nos últimos dois anos, contribuindo decisivamente para a melhora no quadro de distribuição de renda do país.

Um dos destaques no estudo do BC é o crescimento muito mais forte do emprego com carteira assinada do que o da ocupação total no Norte e Nordeste - as duas regiões mais pobres do país. No Norte, os postos de trabalho formais cresceram a uma taxa média anual de 6,6% entre 2003 e 2008, bem acima do 1,6% registrado pela ocupação como um todo na região. No Nordeste, os postos de trabalho formais aumentaram 5,2% ao ano no período, enquanto o emprego total avançou 1,3%. Para comparar, o Sul viu os empregos com carteira assinada subirem a uma taxa média de 4,4% no período, ante 1,4% do nível total de aumento da ocupação na região.
Para a professora Tania Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), esse movimento se explica em parte pelo fato de que há muita informalidade no mercado de trabalho no Norte e no Nordeste. Com a melhora das condições da economia, há uma maior formalização dos empregos. Em muitos casos, o trabalhador informal continua com o mesmo patrão, mas passa a ter carteira assinada. "Nesse período o Norte e o Nordeste cresceram a um ritmo mais rápido que o resto do país", diz Tania, citando outro motivo para o avanço mais forte da formalização nas duas regiões. Entre 2003 e 2007 (ainda não há dados para o PIB por regiões para 2008), o Norte cresceu a uma taxa média de 6% e o Nordeste, de 4,5%, enquanto a taxa média do Brasil ficou em 4%.
A professora também acredita que, nas cidades menores, programas como o Bolsa Família ajudam a criar empregos, inclusive formais. "São economias muito frágeis, em que os recursos do programa ajudam a mobilizar a atividade econômica local." Já o pesquisador Sergei Soares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), avalia que os programas sociais não têm um impacto significativo na criação de mais empregos formais. "Eu gostaria que fosse verdade, mas esse processo é muito mais consequência do crescimento da economia e do fato de a informalidade ser maior nesses lugares."
O relatório do BC também destaca a forte redução da pobreza nos últimos anos. De 2003 a 2008, a incidência da pobreza no Nordeste caiu 19 pontos percentuais (de 61% para 42% da população) e 15 pontos no Norte (de 48% para 33%), segundo números do Ipea. "Em horizontes de cinco anos, esses foram os maiores decréscimos registrados nas séries regionais, iniciadas em 1981", aponta o relatório. "Ainda que a pobreza permaneça concentrada no Norte e no Nordeste, os dados apontam para uma redução das divergências regionais", continua o estudo do BC, ponderando, contudo, que em termos relativos essas duas regiões reduziram em menos de um terço a incidência de pobreza, ao passo que nas outras regiões a queda ficou em torno da metade. No Sudeste, por exemplo, a incidência de pobreza recuou de 24% para 13% da população.
Uma característica importante dos últimos anos é que o rendimento real (acima da inflação) per capita dos mais pobres tem avançado a um ritmo superior ao das outras camadas da população, considerando todas as fontes de renda. É um fenômeno que ocorreu em todas as regiões do país, como mostra o relatório do BC. Entre 2003 e 2008, os rendimentos reais dos indivíduos de baixa renda cresceram entre 8,3% ao ano, na região Norte, e 10,1% no Centro-Oeste , um "ritmo de expansão comparável apenas aos observados para as economias com maiores taxas de crescimento no mundo", diz o BC, ecoando os especialistas em políticas sociais, que apontam a expansão a um ritmo chinês da renda dos mais pobres nos últimos anos.
A expansão média anual do rendimento real das demais faixas da população ficou entre 4% no Sudeste e 6,7% no Centro-Oeste. O recorte para definir a baixa renda considera a população abaixo da linha média de pobreza de 2003 a 2008, que ficou em 51,3% no Nordeste e 17,6% no Sudeste.
Medida pelo coeficiente de Gini, a desigualdade de renda mostrou queda em todas as regiões entre 2003 e 2008, com exceção do Centro-Oeste, onde se manteve em 0,57 (o índice de Gini vai de zero a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade). As maiores quedas do Gini ocorreram no Sudeste, no Sul e no Norte, com recuo médio de 1,4% ao ano, segundo o BC. No Norte, caiu de 0,57 em 2003 para 0,50 em 2008.
A autoridade monetária ressalta a importância do crescimento mais vigoroso da economia no período, do expressivo aumento do salário mínimo e dos benefícios assistenciais e previdenciários no período para todo esse processo de avanços sociais, mas também destaca o papel da manutenção da estabilidade de preços - uma tarefa do Banco Central. Segundo o BC, ela contribui principalmente "para que os ganhos sociais obtidos não se diluam pelos efeitos nocivos e regressivos da inflação".
Para Tania, a estabilidade de preços é fundamental para manter o poder de compra, protegendo especialmente os mais pobres, que não têm como se defender da inflação. Soares diz que, num ambiente hiperinflacionário, como o vivido no fim dos anos 80 e começo dos anos 90, o combate à pobreza e à desigualdade eram tarefas impossíveis, mas afirma ser difícil afirmar em que medida uma inflação de 4% ou de 7% ao ano faz grande diferença aí.
E em 2009, um ano de crise, em que o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter registrado a variação próxima de zero? Para Soares, a pobreza e a desigualdade continuaram a cair no ano passado, apesar da turbulência na economia. Com o forte aumento do salário mínimo, o reajuste dos benefícios do Bolsa Família e o impacto modesto da crise sobre o mercado de trabalho, a pobreza e a desigualdade devem ter mantido a tendência de queda, avalia ele. "Pode ter havido alguma desaceleração no ritmo de recuo, ou nem isso."Valor Econômico".
Fonte: Blog Amigos da Presidente Dilma.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

DISCURSO DO LULA NOS 30 ANOS DO PT
O Presidente Lula discursou no último dia do Congresso do PT. Abaixo, alguns trechos do seu discurso:
"nestes 30 anos construimos o maior partido de esquerda democrática deste país";
"a grande beleza deste partido é a sua militância";
"eu nunca vi alguém se cobrar dos erros tanto quanto nós";
"um partido de milhões de brasileiros, não se acaba porque uma elite quer destrui-lo";
"aqueles que diziam querer acabar com a nossa raça, em uma referência clara ao demo Jorge Bonrhausen (DEM).
CLASSE "A" AUMENTA NO PAÍS
A classe A brasileira foi aumentada em 303 mil novas famílias durante os últimos ste anos. O seleto grupo dos ricos brasileiros vem se mantendo acima de 1 milhão, desde 2006 e continua crescendo. Estudo compilado pela MB Associados com base em estatítstica do IBGE, mostra que os ganhos do seleto grupo aumentou em 48% desde 2002. Com base ainda, nesse estudo, 1,146 milhão de famílias passaram da classe C para a classe B de 2002 a 2009 e 7,772 milhões de familias ascenderam a classe C. O crescimento da renda também não foi diferente, dobrou para a classe A, aumentou em 116% para a B e aumentou em 143% para C. Não tem como negar que o governo Lula estabeleceu crescimento com distribuição de renda no país. Claro que está longe do ideal, mas aponta, claramente, uma caminho que não pode e não deve ser mudado.
SERGIO GUERRA E AGRIPINO MENTEM
O Sergio Guerra e o José Agripino acusaram a Ministra Dilma de mentir ao falar no Congreso do PT de que iriam privatizar a Petrobrás e que graças ao povo brasileiro com seu empenho, não levaram adiante o seu intúito. Cinicamente os dois mentiram na tentativa de desqualificar o pronunciamento da Ministra. A revista "Veja" que parece defender através de suas matérias as propostas Demotucanas, comprova a mentira dos dois em 31 de março de 1999. Segundo a revista desta data, o Governo FHC estaria colocando em curso uma "privatização branca" na Petrobrás. Outra matéria que configura a mentira descarada dos dois saiu na Gazeta Mercantil de 08 de agosto de 1997, nesta reportagem diz que o PFL (mudaram o nome para DEM) iria defender a privatização do Banco do Brasil e da Petrobrás. Segundo o, então, presidente do Partido, deputado José Jorge, existiria um consenso dentro do partido de que no segundo mandato do FHC, este deveria acelerar as privatizações e incluir o Banco do Brasil e a Petrobras. Os desqualificados senadores demotucanos esquecem que hoje está difícil segurar uma mentira por muito tempo. É a canalhice explícita que acontecerá na campanha política dos demotucanos nesta eleição.

MAIS UMA DO DEM

MAIS UMA DO DEM
O prefeito Kassab do DEM de São Paulo foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, devido recebimento de dinheiro considerado ilegal pelo Tribunal. O prefeito deve recorrer e pode aguardar o julgamento na administração da cidade. Cada dia vai ficando exposta a falsa moralidade e ética dos Demos.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


Lula ao Estadão: "Dilma tem um potencial político extraordinário"

"Na véspera de participar do 4.° Congresso Nacional do PT, que amanhã sacramentará a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à sua sucessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou que a herdeira do espólio petista, se eleita, deverá ficar dois mandatos no cargo. Em entrevista ao Estado, Lula negou que tenha escolhido Dilma com planos de voltar ao poder lá na frente, disputando as eleições de 2014.

"Ninguém aceita ser vaca de presépio e muito menos eu iria escolher uma pessoa para ser vaca de presépio", afirmou o presidente. "Todo político que tentou eleger alguém manipulado quebrou a cara." A dez meses da despedida no Palácio do Planalto, Lula disse que o ideal é deixar as "corredeiras da política" seguirem o seu caminho. "Quem foi eleito presidente tem o direito legítimo de ser candidato à reeleição", insistiu. "Eu tive a graça de Deus de governar este país oito anos."

Uma eventual gestão Dilma, no seu diagnóstico, não será mais à esquerda do que seu governo. Ele admite, no entanto, que, no governo, ela vai imprimir "o ritmo dela, o estilo dela". Na sua avaliação, porém, diretrizes do programa de governo de Dilma, que o PT aprovará nesta sexta-feira, 19, podem conter um tom mais teórico do que prático.

"Não há nenhum crime ou equívoco no fato de um partido ter um programa mais progressista do que o governo", argumentou. "O partido, muitas vezes, defende princípios e coisas que o governo não pode defender." Questionado se concorda com a ampliação do papel do Estado na economia, proposta na plataforma de Dilma, Lula abriu um sorriso. "Vou fazer uma brincadeira: o único Estado forte que eu quero é o Estadão", disse, numa referência ao jornal. Mais tarde, no entanto, destacou a importância de investimentos estratégicos por parte do Estado. "Quero criar uma megaempresa de energia no País."

O presidente manifestou preocupação com a divisão da base aliada em Estados como Minas, onde o PT e o PMDB até agora não conseguiram selar uma aliança. "Imaginar que Dilma possa subir em dois palanques é impossível", comentou. "O que vai acontecer é que em alguns Estados ela não vai poder ir."

Bem-humorado, Lula tomou uma xícara pequena de café e afirmou que Dilma não vai sentir sua falta como cabo eleitoral quando deixar o governo, em março. "Eu estarei espiritualmente com ela", brincou. Ele defendeu o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deu estocadas no ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, falou da chuva em São Paulo, mas poupou o governador José Serra (PSDB), provável adversário de Dilma.

Nem mesmo a língua afiada do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), porém, fez Lula desistir de convencer o antigo aliado a não concorrer à Presidência. "É preciso provar que o santo Lula está errado", provocou.

Na entrevista ao Estado, em agosto de 2007, perguntamos se o Sr. já pensava em lançar uma mulher como candidata à sua sucessão. Sua resposta foi: ‘No momento em que eu disser isso, uma flecha estará apontada para esse nome, seja ele qual for.’ Naquela época, o Sr. já tinha decidido que seria a ministra Dilma? Quando o Sr. decidiu?

Quando aconteceram todos os problemas que levaram o companheiro José Dirceu a sair do governo, eu não tinha dúvida de que a Dilma tinha o perfil para assumir a Casa Civil e ajudar a governar o País. Na Casa Civil ela se transformou na grande coordenadora das políticas do governo. Foi quase uma coisa natural a indicação da Dilma. A dedicação, a capacidade de trabalho e de aprender com facilidade as coisas foram me convencendo que estava nascendo ali mais do que uma simples tecnocrata. Estava nascendo ali uma pessoa com potencial político extraordinário, até porque a vida dela foi uma vida política importante.

Mas a escolha da ministra só ocorreu porque houve um "vazio" no PT, como disse o ex-ministro Tarso Genro, com os principais candidatos à sua cadeira dizimados pela crise do mensalão, não?

Não concordo. Não tinha essa coisa de ‘principais candidatos’. Isso é coisa que alguém inventou.

José Dirceu, Palocci...

Na minha cabeça não tinha "principais candidatos". Estou absolutamente convencido de que ela é hoje a pessoa mais preparada, tanto do ponto de vista de conhecimento do governo quanto da capacidade de gerenciamento do Brasil.

Naquele momento em que Sr. chamou a ministra de "mãe do PAC", na Favela da Rocinha (Rio), ali não foi apresentada a vontade prévia para fazer de Dilma a candidata?

Se foi, foi sem querer. Eu iria lançar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), na verdade, antes da eleição (de 2006). Mas fui orientado a não utilizar o PAC em campanha porque a gente não precisaria dele para ganhar as eleições. Olha o otimismo que reinava no governo! E o PAC surgiu também pelo fato de que eu tinha muito medo do segundo mandato.

Por quê?

Quem me conhece há mais tempo sabe que eu nunca gostei de um segundo mandato. Eu sempre achei que o segundo mandato poderia ser um desastre. Então, eu ficava pensando: se no segundo mandato o presidente não tiver vontade, não tiver disposição, garra e ficar naquela mesmice que foi no primeiro mandato, vai ser uma coisa tão desagradável que é melhor que não tenha.

O Sr. está enfrentando isso?

Não porque temos coisas para fazer ainda, de forma excepcional, e acho que o PAC foi a grande obra motivadora do segundo mandato.

O Sr. não está desrespeitando a Lei Eleitoral, antecipando a campanha?

Não há nenhum desrespeito à Lei Eleitoral. Agora, o que as pessoas não podem é proibir que um presidente da República inaugure as obras que fez. Ora, qual é o papel da oposição? É criticar as coisas que nós não fizemos. Qual é o nosso papel? Mostrar coisas que nós fizemos e inaugurar.

Mas quem partilha dessa tese diz que o Sr. praticamente pede votos para Dilma nas inaugurações...

Eu dizer que vou fazer meu sucessor é o mínimo que espero de mim. A grande obra de um governo é ele fazer seu sucessor. Não faz seu sucessor quem está pensando em voltar quatro anos depois. Aí prefere que ganhe o adversário, o que não é o meu caso.

Há quem diga que o Sr. só escolheu a ministra Dilma, cristã nova no PT, com apenas nove anos de filiação ao partido, porque, se eleita, ela será fiel a seu criador. Isso deixaria a porta aberta para o Sr. voltar em 2014. O Sr. planeja concorrer novamente?

Olha, somente quem não conhece o comportamento das mulheres e somente quem não conhece a Dilma pode falar uma heresia dessas. Ninguém aceita ser vaca de presépio e muito menos eu iria escolher uma pessoa para ser vaca de presépio. Não faz parte da minha vida nem no PT nem na CUT. Eu já tive a graça de Deus de governar este país oito anos. Minha tese é a seguinte: rei morto, rei posto. A Dilma tem de criar o estilo dela, a cara dela e fazer as coisas dela. E a mim cabe, como torcedor da arquibancada, ficar batendo palmas para os acertos dela. E torcendo para que dê certo e faça o melhor. Não existe essa hipótese .

O Sr. não pensa mesmo em voltar à Presidência?

Não penso. Quem foi eleito presidente tem o direito legítimo de ser candidato à reeleição. Ponto pacífico. Essa é a prioridade número 1.

O Sr. não vai defender a mudança dessa regra, de fim da reeleição com mandato de cinco anos?

Não vou porque quando quis defender ninguém quis. Eu fui defensor da ideia de cinco anos sem reeleição. Hoje, com a minha experiência de presidente, eu queria dizer uma coisa para vocês: ninguém, nenhum presidente da República, num mandato de quatro anos, concluirá uma única obra estruturante no País.

Então o Sr. mudou de ideia...

Mudei de ideia. Veja quanto tempo os tucanos estão governando São Paulo e o Rio Tietê continua do mesmo jeito. É draga dali, tira terra, põe terra. Eu lembro do entusiasmo do Jornal da Tarde quando, em 1982, o banco japonês ofereceu US$ 500 milhões para resolver aquilo. A verdade é que, para desgraça do povo de São Paulo, as enchentes continuam. Eu não culpo o Serra, não culpo o Kassab e nenhum governante. Eu acho que a chuva é demais. No meu apartamento, em São Bernardo, está caindo mais água dentro do que fora. Choveu tanto que vazou. Há dias o meu filho me ligou, às duas horas da manhã, e disse: "Pai, estou com dois baldes de água cheios."

Eu fui a São Paulo no dia do aniversário da cidade e disse que o governo federal está disposto a sentar com o governo do Estado, com o prefeito, e discutir uma saída para ver se consegue resolver o problema, que é gravíssimo. Não queremos ficar dizendo: "Ah, é meu adversário, deu enchente, que ótimo". Quem está falando isso para vocês viveu muitas enchentes dentro de casa.

Quero criar no País uma megaempresa de energia’

Pelas diretrizes do programa do PT, um eventual governo Dilma Rousseff parece que será mais à esquerda que o seu...

Eu ainda não vi o programa, eu sei que tem discussão. Mas conheço bem a Dilma e, como acho que ela deve imprimir o ritmo dela, se ela tomar uma decisão mais à esquerda do que eu, eu tenho que encarar com normalidade. E, se tomar uma posição mais à direita do que eu, tenho que encarar com normalidade. Tenho total confiança na Dilma, de que ela saberá fazer as coisas corretas para este país. Uma mulher que passou a vida que a Dilma passou - e é sem ranço, sem mágoa, sem preconceito - venceu o pior obstáculo.

A experiência de poder distanciou o Sr. do pensamento mais utópico do PT, não?

Veja, o PT que chegou ao poder comigo, em 2002, não era mais o PT de 1980, de 1982.

Não era porque houve a Carta ao Povo Brasileiro...

Não é verdade. Num Congresso do PT aparecem 20 teses. Tem gosto para todo mundo. É que nem uma feira de produtos ideológicos. As pessoas compram o que querem e vendem o que querem. O PT, quando chegou à Presidência, tinha aprendido com dezenas de prefeituras, já tínhamos as experiências do governo do Acre, do Rio Grande do Sul, de Mato Grosso do Sul... O PT que chegou ao governo foi o PT maduro. De vez em quando, acho que foi obra de Deus não permitir que eu ganhasse em 1989. Se eu chego em 1989 com a cabeça do jeito que eu pensava, ou eu tinha feito uma revolução no País ou tinha caído no dia seguinte. Acho que Deus disse assim: "Olha, baixinho, você vai perder várias eleições, mas, quando chegar, vai chegar sabendo o que é tango, samba, bolero." O PCI italiano passou três décadas sendo o maior partido comunista do mundo ocidental, mas não passava de 30%. Eu não tinha vocação para isso. E onde eu fui encontrar (a solução)? Na Carta ao Povo Brasileiro e no Zé Alencar. Essa mistura de um sindicalista com um grande empresário e um documento que fosse factível e compreensível pela esquerda e pela direita, pelos ricos e pelos pobres, é que garantiu a minha chegada à Presidência.

Mesmo assim, o Sr. teve de funcionar como fator moderador do seu governo em relação ao partido...

E vou continuar sendo. Eu não morri.

Mas a Dilma poderá fazer isso?

Ah, muito. Hipoteticamente, vocês acham que o PSTU ganhará eleição com o discurso dele? Vamos supor que ganhe, acham que governa? Não governa.

As diretrizes do PT, que pregam o fortalecimento do Estado na economia, não atrapalham?

Quero crer que a sabedoria do PT é tão grande que o partido não vai jogar fora a experiência acumulada de ter um governo aprovado por 72% na opinião pública depois de sete anos no poder. Isso é riqueza que nem o mais nervoso trotskista seria capaz de perder.

Os críticos do programa do PT dizem que o Estado precisa ter limites como empreendedor. Por que mais Estado na economia?

Vou fazer uma brincadeira: o único Estado forte que eu quero é o Estadão (risos). Não existe hipótese, na minha cabeça, de você ter um governo que vire um governo gerenciador. O governo tem dois papéis e a crise reforçou a descoberta deste papel. O governo tem, de um lado, de ser o regulador e o fiscalizador; do outro lado, tem de ser o indutor, o provocador do investimento, que discute com o empresário e pergunta por que ele não investe em tal setor.

Por que é preciso ressuscitar empresas estatais para fazer programas como a universalização da banda larga? O governo toca o Luz Para Todos com uma política pública que contrata serviços junto às distribuidoras e não ressuscita a Eletrobrás.

Mas nós estamos ressuscitando a Eletrobrás. O Luz Para Todos só deu certo porque o Estado assumiu. As empresas privadas executam sob a supervisão do governo, que é quem paga.

Não pode fazer a mesma coisa com a banda larga?

Pode. Não temos nenhum problema com a empresa privada que cumpre as metas. Mas tem empresa privada que faz menos do que deveria. Então, eu quero, sim, criar uma megaempresa de energia no País. Quero empresa que seja multinacional, que tenha capacidade de assumir empréstimos lá fora, de fazer obras lá fora e fazer aqui dentro. Se a gente não tiver uma empresa que tenha cacife de dizer "se vocês não forem, eu vou", a gente fica refém das manipulações das poucas empresas que querem disputar o mercado. Então, nós queremos uma Eletrobrás forte, para construir parceria com outras empresas. Não queremos ser donos de nada.

A banda larga precisa de uma Telebrás?

Se as empresas privadas que estão no mercado puderem oferecer banda larga de qualidade nos lugares mais longínquos, a preço acessível, por que não?

Mas precisa de uma Telebrás?

Depende. O governo só vai conseguir fazer uma proposta para a sociedade se tiver um instrumento. Não quero uma nova Telebrás com 3 ou 4 mil funcionários. Quero uma empresa enxuta, que possa propor projetos para o governo. Nosso programa está quase fechado, mais uns 15 dias e posso dizer que tenho um programa de banda larga. Vou chamar todos e quero saber quem vai colocar a última milha ao preço mais baixo. Quem fizer, ganha; quem não fizer, tá fora. Para isso o Estado tem de ter capacidade de barganhar.

O Sr. teme que o PSDB venha na campanha com o discurso de gastança, de inchaço da máquina, que o seu governo contratou 100 mil novos servidores?

Vou dar um número, pode anotar aí: cargos comissionados no governo federal, para uma população de 191 milhões de habitantes. Por cada 100 mil habitantes, o governo tem 11 cargos comissionados. O governo de São Paulo tem 31 e a Prefeitura de São Paulo tem 45.

Deixar o governo de Minas para o PMDB de Hélio Costa facilita a vida de Dilma junto à base aliada?

A aliança com o PMDB de Minas independe da candidatura ao governo de Estado. O Hélio Costa tem me dito publicamente que a candidatura dele não é problema. Ele propõe o óbvio, que se faça no momento certo um estudo e veja quem tem mais condições e se apoie esse candidato. Acho que os companheiros de Minas, tanto o Patrus Ananias quanto o Fernando Pimentel se meteram em uma enrascada. Estava tudo indo muito bem até que eles transformaram a disputa entre eles em uma fissura muito ruim para o PT. Como a política é a arte do impossível, quem sabe até março eles conseguem resolver o problema deles.

A desistência da pré-candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) facilitaria a vida de Dilma?

O Ciro é um companheiro por quem tenho o mais profundo respeito. Eu já gostava do Ciro e aprendi a respeitá-lo. Um político com caráter. E, portanto, eu não farei nada que possa prejudicar o companheiro Ciro Gomes. Eu pretendo conversar com ele, ver se chegamos à conclusão sobre o melhor caminho.

Ele diz que o "santo Lula" está errado.

É preciso provar que o santo está errado. É por isso que eu quero discutir.

O Sr. ainda quer que ele seja candidato ao governo de São Paulo?

Se eu disser agora, a minha conversa ficará prejudicada.

O senador Mercadante pode ser o plano B?

Não sei. Alguém terá de ser candidato.

O Ciro tem dito que a aliança da ministra Dilma com o PMDB é marcada pela frouxidão moral.

Todo mundo conhece o Ciro por essas coisas. Mas acho que ele não disse nada que impeça uma conversa com o presidente.

O que se teme no Temer? Ele é o nome para vice?

O Michel Temer, neste período todo que temos convivido com ele, que ele resolveu ficar na base e foi eleito presidente da Câmara, tem sido um companheiro inestimável. A questão da vice é uma questão a ser tratada entre o PT, a Dilma e o PMDB.

O Sr. não teme que Dilma caia nas pesquisas após sair do governo?

Ela vai crescer.

Mas sozinha?

Ela nunca estará sozinha. Eu estarei espiritualmente ao lado dela (risos).

Há quem tenha ficado assustado com a foto do Sr. abraçando o Collor, depois de tudo o que passou na campanha de 1989.

O exercício da democracia exige que você faça política em função da realidade que vive. O Collor foi eleito senador pelo voto livre e direto do povo de Alagoas, tanto quanto foi eleito qualquer outro parlamentar. Ele está exercendo uma função institucional e merece da minha parte o mesmo respeito que eu dou ao Pedro Simon, que de vez em quando faz oposição, ao Jarbas Vasconcelos, que faz oposição. Se o Lula for convidado para determinadas coisas, não irá. Mas o presidente tem função institucional. Portanto, cumpre essa função para o bem do País e, até agora, tem dado certo. Fui em uma reunião com a bancada do PT em que eles queriam cassar o Sarney. Eu disse: muito bem, vocês cassam o Sarney e quem vem para o lugar?

O Sr. acha que o eleitor entende?

O eleitor entende, pode entender mais. Agora, quem governa é que sabe o tamanho do calo que está no seu pé quando quer aprovar uma coisa no Senado.

O governo depende do Sarney no Senado? O único punido até agora foi o Estado, que está sob censura.

O Sarney foi um homem de uma postura muito digna em todo esse episódio. Das acusações que vocês (o jornal) fizeram contra o Sarney, nenhuma se sustenta juridicamente e o tempo vai provar. O exercício da democracia não permite que a verdade seja absoluta para um lado e toda negativa para o outro lado. Perguntam: você é contra a censura? Eu nasci na política brigando contra a censura. Exerço um governo em que eu duvido que alguém tenha algum resquício de censura. Mas eu não posso censurar que os Poderes exerçam suas funções. Eu não posso censurar a imprensa por exercer a sua função de publicar as coisas, nem posso censurar um tribunal ou uma Justiça por dar uma decisão contrária. Deve ter instância superior, deve ter um órgão para recorrer.

O Sr. e o PT lideraram o processo de impeachment de Collor e nada, então, se sustentou juridicamente porque o STF absolveu o ex-presidente. O Sr. está dizendo que o jornal não deveria publicar as notícias porque não se sustentariam juridicamente? Os jornais publicam fatos...

Não quero que vocês deixem de publicar nada. Minha crítica é esta: uma coisa é publicar a informação, outra coisa é prejulgar. Muitas vezes as pessoas são prejulgadas. Todos os casos que eu vi do Sarney, de emprego para a neta, daquela coisa, eu ficava lendo e a gente percebia que eram coisas muito frágeis. Você vai tirar um presidente do Senado porque a neta dele ligou para ele pedindo um emprego?

O caso da neta é o corporativismo, o fisiologismo, os atos secretos...

O que eu acho é o seguinte: o DEM governou aquela Casa durante 14 anos e a maioria dos atos secretos era deles. E eles esconderam isso para pedir investigação do outro lado. É uma coisa inusitada na política.

O Sr. acha que os fatos do "mensalão do DEM", no Distrito Federal, são fatos inverídicos também?

No DEM tem um agravante: tem gravação, chegaram a gravar gente cheirando dinheiro.

No mensalão do PT tinha uma lista na porta do banco com o registro dos políticos indo pegar a mesada...

Vamos pegar aquela denúncia contra o companheiro Silas Rondeau, que foi ministro das Minas e Energia. De onde se sustenta aquela reportagem dizendo que tinha dinheiro dentro daquele envelope? Como se pode condenar um cara por uma coisa que não era possível provar?

O Sr. tem dito, em conversas reservadas, que quando terminar o governo, vai passar a limpo a história do mensalão. O que o Sr. quer dizer?

Não é que vou passar a limpo, é que eu acho que tem coisa que tem de investigar. E eu quero investigar. Eu só não vou fazer isso enquanto eu for presidente da República. Mas, quando eu deixar a Presidência, eu quero saber de algumas coisas que eu não sei e que me pareceram muito estranhas ao longo do todo o processo.

Quem o traiu?

Quando eu deixar a Presidência, eu posso falar.

Por que é que o seu governo intercede em favor do governo do Irã?

Porque eu acho que essa coisa está mal resolvida. E o Irã não é o Iraque e todos nós sabemos que a guerra do Iraque foi uma mentira montada em cima de um país que não tinha as armas químicas que diziam que ele tinha. A gente se esqueceu que o cara que fiscalizava as armas químicas era um brasileiro, o embaixador Maurício Bustani, que foi decapitado a pedido do governo americano, para que não dissesse que não havia armas químicas no Iraque.

O Sr. continua achando que a Venezuela é uma democracia?

Eu acho que a Venezuela é uma democracia.

E o seu governo aqui é o quê?

É uma hiper-democracia. O meu governo é a essência da democracia."

FONTE: entrevista realizada por Vera Rosa, Tânia Monteiro, Rui Nogueira, João Bosco Rabello e Ricardo Gandour , publicada hoje (19/02) em "O Estado de S. Paulo" (li no portal "Vi o mundo"). Postada do site Democracia e Política.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

POR QUE O IRÃ?


Excelente o texto do Emir Sader sobre a questão nuclear envolvendo o Irã e publicado na "Carta Maior". Leia abaixo.

Por que o Irã?

O Irã continua a ser o país privilegiado do “eixo do mal”, extinto formal, mas não realmente, pelos EUA. Está acompanhado pela Venezuela, pela Bolívia, pelo Equador, além da Coréia do Norte, entre outros.

Por que o Irã? Pelos critérios mencionados por Hillary Clinton, não dá para entender. Risco de possuir condições de fabricar armamentos nucleares? Israel assume abertamente que possui esses armamentos e ameaça, semanalmente, bombardear justamente o Irã.

Risco de se tornar uma ditadura? E o que são países como a Arábia Saudita ou o Egito, senão ditaduras?

De que o Irã representaria um risco para seus vizinhos? O Irã não invadiu nenhum outro país, nem ocupa algum território estrangeiro. Já Israel ocupa territórios palestinos há mais de quatro décadas e comprovadamente possui armamento nuclear.

O Irã é um Estado religioso, islâmico, que privilegia os xiitas. Mas Israel é um Estado judeu, sem constituição, mas que privilegia os judeus e faz dos palestinos (1/4) da população, cidadãos de segunda classe.

Por que dois pesos e duas medidas? Simplesmente porque Israel é o aliado privilegiado dos EUA na região – o país que recebe a maior ajuda dos EUA no mundo -, enquanto o Irã é opositor aos EUA. Simplesmente isso. Para confirmar, por que Hillary não critica a ditadura existente na Arábia Saudita ou no Egito – este, o segundo em ajuda militar norteamericana? Porque são aliados fiéis aos EUA.

O que significa o Tratado das armas nucleares? Não um Tratado de desnuclearização, mas de não proliferação de armas nucleares. Isto é, os têm armas nucleares, tratam de impedir que outros as tenham. A China arrombou essa porta e ingressou imediatamente ao Conselho de Segurança, quando fabricou armamentos nucleares. É evidente que o Paquistão, a Índia, Israel, possuem armamento nuclear. Os EUA não apenas têm uma atitude completamente diferente da que têm em relação a Israel, como apóiam militarmente – inclusive em termos nucleares – esses países.

A luta tem que ser pela desnuclearização. Para que um país necessita ter armas nucleares? Com que objetivo?

A não proliferação busca proteger o poderio nuclear das grandes potências, as que estão mais envolvidas em guerras e em fabricação de armamentos. A desnuclearização luta pelo fim das armas nucleares. A começar pelos que detêm os maiores arsenais do mundo.

MAIS UMA MENTIRA

MAIS UMA MENTIRA

O atual governador de Brasília, Paulo Otávio, deu entrevista logo após audiência com o Presidente Lula, dizendo que esperaria mais uma semana para renunciar, "conforme recomendou o presidente Lula". Claro que o PIG iria fazer uma festa, mas o Planalto tratou logo de desmentir o atual governador que já entra assumiu com três pedidos de impeachement. Segundo o Planalto, em nenhum momento o Presidente fez recomendações ao Otávio, o Presidente falou que iria aguardar a decisão do Supremo. Não deu muito tempo do PIG preparar a festa, pois o próprio atual governador do DF, tratou de reparar o erro por ele cometido. Abaixo nota que fez "broxar" a grande mídia.

"O governo do Distrito Federal vem esclarecer que durante seu discurso nessa quinta-feira (18), no momento em que falava de improviso, o governador interino do Distrito Federal disse inadvertidamente que o excelentíssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria recomendado que ele permanecesse no governo.

Na realidade, em nenhum momento sua Excelência o presidente fez qualquer sugestão, recomendação ou proferiu qualquer manifestação sobre sua permanência ou não no cargo.

Durante o encontro o presidente Lula apenas manifestou sua preocupação com a situação institucional de Brasília".

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O DEM E SEU VICE GOVERNADOR

O DEM E SEU VICE GOVERNADOR
Segundo reportagem da "Folha" hoje, o governo Arruda (ex DEM), pagou ao menos 10,4 milhões de reais para empresas do seu vice e atual governador interino, Paulo Otávio (DEM) para veicularem propaganda oficial. Segundo o governo do DF, a distribuição de verbas para as emissoras, obedecem critérios de audiência. Vale lembrar que já existe quatro pedidos de impeachement contra o Paulo Otávio (DEM.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ERA LULA É A MELHOR DOS ÚLTIMOS 30 ANOS

ERA LULA É A MELHOR DOS ÚLTIMOS 30 ANOS
Segundo estudos da FGV, o governo Lula em cinco anos (2003 a 2008), conseguiu os melhores resultados nas últimas três décadas. Os estudos foram realizados pelo Institututo Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que constataram expansão na indústria, altas nas vendas do comércio e crescimento na geração de emprego e distribuição de renda. A análise foi coordenada pelo Professor Afonso Celso Pastore (ex- presidente do Banco Central) e teve participação de mais seis economistas. Claro que notícias como esta não vemos nas revistas semanais e nos jornais escritos ou televisados.

O MALUCO

O MALUCO
O PIG tem divulgado desde a última semana declaração do FHC afirmando que não tem medo de comparar o seu governo com o de Lula. Coisa de maluco. Condenado ao ostracismo, o FHC busca de todas as formas seus 15 segundos de celebridade e lógico, que só consegue falando mal do Lula. Ano passado publiquei neste blog, post que mostrava a insignificância do governo do PSDB de FHC, quando comparado ao governo Lula. Mas como o PIG não se cansa, vamos mostrar dados atualizados. Estes dados foram pulbicados no "Conversa Afiada" do PHA.

Governos Lula X FHC!!

1) Juros Nominais (Taxa Selic):

FHC (2002): 25% ao ano;

Lula (2008): 8,75% ao ano;

2) Inflação (IPCA):

FHC – 12,5% (2002);

Lula – 4,3% (2009);
3) Transações Correntes:

FHC – Déficit de US$ 186,5 Bilhões (1995-2002);

Lula – Superávit de US$ 44 Bilhões (2003-2007);
4) Exportações:

FHC – US$ 60 Bilhões (2002; crescimento de 39% em 8 anos);

Lula – US$ 153 Bilhões (2009; crescimento de 155% em 7 anos));
5) Crescimento Econômico:

FHC – 2,3% ao ano (1995-2002);

Lula – 5,3% ao ano (2004-2008);
6) Empregos Formais:

FHC – 1.700.000 (1995-2002);

Lula – 9.700.000 (2003-2009);

7) Balança Comercial:

FHC – Déficit de US$ 8,7 Bilhões (1995-2002);

Lula – Superávit de US$ 237 Bilhões (2003-2009);
8) Taxa de Desemprego:

FHC – 10,5% (Dezembro de 2002);

Lula – 6,8% (Dezembro de 2009);
9) Risco-País:

FHC – 1550 pontos (Dezembro de 2002);

Lula – 220 pontos (Janeiro de 2010);
10) Reservas Internacionais Líquidas:

FHC – US$ 16 Bilhões (Dezembro de 2002):

Lula – US$ 241 Bilhões (Janeiro de 2010);
11) Relação Dívida/PIB:

FHC – 51,3% do PIB (Dezembro de 2002);

Lula – 43% do PIB (Novembro de 2009);
12) Déficit Público Nominal (inclui despesas com juros):

FHC – 4% do PIB (2002):

Lula – 2% do PIB (2008);
13) Dívida Externa:

FHC – US$ 210 Bilhões (Dezembro de 2002) – 45% do PIB:

Lula – US$ 205 Bilhões (Janeiro de 2008) – Negativa em US$ 36 Bilhões;
14) Salário Mínimo em US$:

FHC – US$ 56 (Dezembro de 2002);

Lula – US$ 275 (Janeiro de 2010).
15) Inflação Acumulada (IPCA):

FHC – 100,6% (1995-2002);

Lula – 45% (2003-2009);
16) Pronaf:

FHC – R$ 2,5 Bilhões (2002);

Lula – R$ 15 Bilhões (2010);
17) ProUni:

FHC – Não existia;

Lula – 470 mil estudantes beneficiados;
18) PIB (em US$):

FHC – US$ 459 Bilhões (2002):

Lula – US$ 1,8 Trilhão (2009):
19) Produção de automóveis:

FHC – 1.791.000 (2002);

Lula – 3.130.000 (2009; crescimento de 74,8%);
20) Produção de máquinas agrícolas:

FHC – 52000 (2002):

Lula – 65000 (2007; crescimento de 25%);
21) Vendas de automóveis zero KM:

FHC – 1.465.000 (2002);

Lula – 3.140.000 (2009; crescimento de 114%);
22) Pagamento de juros da Dívida Externa em % das Exportações anuais:

FHC – 20,3% (2002);

Lula – 10,1% (2009);
23) Renda Per Capita:

FHC – US$ 2859 (2002);

Lula – US$ 9.300 (2009).
24) Coeficiente de Gini (Indica a Distribuição da Renda do Trabalho; quando mais próximo de 0 menor é a concentração da renda):

FHC – redução de 0,602 (1993) para 0,593 (2002);

Lula – redução de 0,593 (2002) para 0,544 (2008).
25) Indice de Pobreza:

FHC – 38,6% (1995); 38,2% (2002) – queda de 0,6 p.p.;

Lula – 38,2% (2002); 25,3 (2008) – queda de 12,9 p.p..
26) Gastos Sociais Públicos (% do PIB):

FHC – 19,2% (1995);

Lula – 21,9 (2005).
27) Pobreza Extrema (fonte: IPEA)

FHC – De 17,3% (1995) caiu para 16,5% (2002) (queda de 0,8 p.p.);

Lula – De 16,5% em 2002 caiu para 8,8% (2008) (queda de 7,7 p.p.).
28) Renda per capita mensal dos 10% mais pobres:

2001 – R$ 34

2008 – R$ 58 (crescimento de 70,6%);
29) Renda per capita mensal dos 10% mais ricos:

2001 – R$ 2316

2008 – R$ 2566 (crescimento 10,8%).
Obs: Assim, entre 2001 e 2008, a renda dos mais pobres cresceu 6,5 vezes mais do que a renda dos mais ricos.

Fontes: Banco Central, IBGE, IPEA.

O DEM JOGA SUJO ATÉ COM OS SEUS

O DEM JOGA SUJO ATÉ COM OS SEUS
O Governador de Brasília, José Arruda, foi preso hoje após o pedido de prisão feita pela Procuradoria Geral da União e acatada pelo STJ. Os seus "antigos" correligionários do Dem, já estão descartando o prato em que comeu até o momento de sua prisão, mais que comer, participaram ativamente da preparação do "alimento". O Senador José Agripino foi a imprensa dizer que o "Arruda é página virada e que vai pedir que os secretários deixem seus cargos". Ora, é muita cara de pau, o Dem esteve participando ativamente de todo processo de corrupção no GDF, pois deveria ter retirado todos os secretários logo que o Arruda foi flagrado recebendo dinheiro, mas não, primeiro disse, vamos aguardar, depois que o Arruda ameaçou chutar o balde de lixo, voltou atrás e deu um prazo maior para decidir e convenceu o governador a sair do partido, mas continuou fazendo parte da sua estrutura e do esquema de governo e dando apoio político na câmara distrital ao governador, agora, após a prisão deste, vem dizendo que vai entregar os cargos. A quem ele pensa que engana?

ERA LULA, A MELHOR DOS ÚLTIMOS 30 ANOS

ERA LULA, A MELHOR DOS ÚLTIMOS 30 ANOS
O IBGE divulgou estudo que comprova que o Governo Lula em sua gestão (2003-2007) foi onde houve o maior crescimento econômico nos últimos 30 anos, segundo o Instituto, nesses cinco anos a indústria cresceu, as vendas do comércio tiveram alta e a geração de emprego e renda cresceram. Ainda aparece um ofuscado FHC querendo comparar governos, coisa de pessoa que não se conforma com o ostracismo a que está condenado e busca a todo momento os seus 15 segundos de fama.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

BANDITISMO DA MÍDIA

BANDITISMO DA MÍDIA

Já tinha feito aqui em postagem anterior, o jogo sujo que a mídia fez contra o programa bolsa família. Artigo feito no "Observatório da Imprensa", mostra hoje, como estas mídias estão agredidindo o bom jornalismo e enganando os seus leitores. Artigo dos jornalistas Angela Carrato e Joao Mendes. Fonte: Blog do Luis Nassif.
Bolsa Família: o auto-alimentação da mentira

Do Observatório da Imprensa

BOLSA FAMÍLIA E A MÍDIA
A cobertura (omissa) das políticas sociais

Por Ângela Carrato e João Mendes em 9/2/2010

Os leitores de Veja, O Globo e O Estado de S.Paulo se depararam, nos últimos dias, com uma série de matérias contendo dados equivocados e juízos de valor que não se sustentam em se tratando do Programa Bolsa Família, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Em comum às três matérias, além dos equívocos, uma nítida tentativa de vincular o programa – que é referência nacional e internacional em redução de pobreza – com ações eleitoreiras e até mesmo com o que denominam de “terrorismo eleitoral”.

A primeira matéria coube à revista Veja que, na edição 2149 (de 24/1/2010), sob o título de “Bolsa-Cabresto”, publicou duas páginas onde, no lugar de informações para o leitor, lançou mão de dados equivocados, chegou a números fantasiosos e nem se deu ao trabalho de ouvir o MDS antes de publicar a sua “tese” sobre o assunto. Na segunda-feira (25/1), a Assessoria de Comunicação do MDS enviou à Veja uma nota de esclarecimento, na qual rebatia todos os pontos da matéria e solicitava que a revista a publicasse na próxima edição. Na terça-feira (26), a repórter de Veja que assina a matéria, Laura Diniz, fez contato com a Assessoria de Comunicação do MDS e solicitou mais alguns dados, no que foi prontamente atendida.

Na oportunidade, a assessora responsável direta pelo Programa Bolsa Família, jornalista Roseli Garcia, informou à repórter de Veja que o MDS havia enviado a nota de esclarecimento e que aguardava a publicação. Em resposta, ouviu que a nota estava “grande demais” e que “dificilmente seria publicada”. Na noite de quarta-feira (27), a repórter encaminhou para o MDS um texto com a proposta de retificação por parte da revista Veja. A nota, num total de quatro linhas, nem de longe contemplava as correções apontadas pelo ministério na matéria publicada por Veja.

Diante disso, a Assessoria de Comunicação encaminhou, na quinta-feira, ao diretor de redação de Veja Eurípedes Alcântara e ao redator-chefe, Mario Sabino, uma mensagem contendo todo o ocorrido e solicitando, em respeito aos leitores e à verdade, a publicação da resposta na íntegra. Não recebemos retorno por parte dos dois dirigentes da revista. Aliás, as duas mensagens foram descartadas sem terem sido lidas. Na sequência, a repórter responsável pela matéria telefonou para Ascom/MDS solicitando uma diminuição no tamanho da nota. Atendendo a esse pedido, essa redução foi feita de forma a contemplar explicações mínimas que pudessem fazer o leitor entender o equívoco cometido pela revista. Essa nova nota foi encaminhada na noite de quinta-feira (28/1).

Na sexta-feira, a repórter liga novamente para Ascom/MDS dizendo que a carta “continuava grande demais” e que tinha preparado uma correção, pois considerava “melhor para o ministério” a retificação da revista do que a publicação da carta. A ela foi respondido que preferíamos a carta, por esclarecer melhor o caso aos leitores.

Veja optou pela correção que ela própria fez, publicada em corpo minúsculo sem ter respondido aos principais equívocos apontados pela Ascom/MDS. Além disso, em destaque, publicou duas cartas de leitores que continham críticas ao Programa Bolsa Família a partir de uma matéria repleta de erros. Vale dizer: amplificou, novamente, o próprio erro, sem aceitá-lo como tal.

Campeões da democracia

Já no dia 1º de fevereiro, o MDS é novamente surpreendido. Em editorial, intitulado “Bolsa Família e eleição” o jornal O Estado de S. Paulo, utilizando os mesmos argumentos usados na matéria da revista Veja, afirma que não haveria exclusão de beneficiários do programa em 2010. O que é um equívoco, pois já em fevereiro estão sendo cancelados 710 mil benefícios por falta de atualização cadastral. A Ascom/MDS encaminhou carta ao Estado de S. Paulo explicando que o editorial fazia uma análise equivocada da instrução operacional do MDS – que apenas detalha o trabalho as ser feito pelos gestores do Programa Bolsa Família em 2010 – idêntica à cometida pela revista Veja.

No dia seguinte, o jornal publicou a íntegra da carta e questionou o seu conteúdo, afirmando que o documento “não permite conhecer a fundo os critérios estabelecidos pelo programa, o erro não é do jornal, mas do Ministério”. Como rege o bom jornalismo, se um documento não está claro, cabe ao jornalista estudar o assunto e informar de maneira clara aos seus leitores. Em outras palavras, faltou ao Estado de S.Paulo ater-se a uma regra básica no jornalismo: a apuração. Nesse ponto, aliás, O Estado de S.Paulo, O Globo e Veja se assemelham: estão deixando de apurar e publicando o que acreditam ser a verdade.

Na mesma segunda-feira (1/2), devido ao editorial de O Estado de S.Paulo, a Ascom/MDS foi procurada pela reportagem de O Globo. Todas as explicações dadas à Veja e ao Estado de S.Paulo foram repassadas a O Globo, mostrando os equívocos cometidos pelas duas outras publicações. Mas o jornal, lendo a instrução normativa – que trata apenas de procedimento em relação à atualização cadastral – encaminhada pelo MDS aos gestores, abordou outro aspecto também de forma incorreta. O Globo classificou essa norma, em manchete, como: “Governo faz ameaça eleitoral ao recadastrar Bolsa Família”.

Mais uma vez a Ascom/MDS encaminhou carta ao jornal, que foi utilizada na matéria do dia seguinte em texto intitulado “Tiroteio com o Bolsa Família”. Neste texto, o jornal utiliza as declarações de parlamentares de partidos da oposição ao governo para sustentar a polêmica criada pelo próprio veículo.

O assunto repercutiu em vários veículos nacionais e também na imprensa regional, criando uma situação no mínimo curiosa para quem é leitor atento ou para aqueles que se interessam pelo comportamento de parte da mídia brasileira. Nos dias atuais, a mídia tem deixado de lado o papel clássico de informar, interpretar e opinar (nos espaços devidos) para, ela própria, tornar-se a origem da informação e, não raro, ator no cenário político nacional.

No caso do Programa Bolsa Família, as informações e a análise apresentadas pela mídia foram equivocadas e funcionaram como retroalimentação. Num dia um veículo publica algo equivocado. Não retifica o erro. No dia seguinte, outro veículo, tomando o que foi publicado como verdade, amplifica o erro. No terceiro dia, um novo veículo entra “na roda” e assim a “polêmica” está criada. Para confirmar os pressupostos da mídia, políticos de oposição são entrevistas e ganham destaque.

Essa situação em si é extremamente preocupante para o futuro das instituições e para a própria democracia no Brasil, porque deixa a parte atingida, no caso o agente público, sem condição para restabelecer a verdade. A preocupação torna-se maior ainda quando se sabe do papel central que a mídia tem na sociedade contemporânea.

No caso brasileiro, a censura oficial à imprensa foi abolida há décadas e a liberdade de informação e expressão encontra-se consagradas na Constituição de 1988. Mas, infelizmente, o que se percebe é que o poder de censura, que nos governos autoritários estava nas mãos do Estado, migrou para as mãos de um reduzido número de empresas e de articulistas que se auto-intitulam os porta-vozes da verdade e os campeões da democracia. Essa situação torna-se ainda mais difícil quando dentro dos grandes grupos midiáticos prevalecem as velhas ideologias do liberalismo do século 18 e 19.

Escolhas próprias

Nos três casos descritos, faltou muito mais do que o necessário restabelecimento da verdade. Faltou seriedade profissional e empresarial na cobertura de um tema da maior importância para a sociedade brasileira e que mexe com a vida de milhares de pessoas. Dia a dia, o que se verifica é que a mídia brasileira não percebeu que o Brasil mudou e que as políticas sociais estão instituídas enquanto políticas públicas, que demandam conhecimento e acompanhamento permanente em relação ao seu funcionamento. As políticas públicas na área social estão sepultando a cultura política da dádiva, contribuindo para a emancipação das pessoas e para a plena cidadania.

Com exceção de uns dois ou três jornalistas que se especializaram – por conta própria – na cobertura dos chamados programas sociais, não há, na mídia brasileira, quem acompanhe, com um mínimo de regularidade, a vida desses programas e, sobretudo, os seus resultados. Apesar da importância dos programas sociais, a mídia brasileira ainda não criou, sequer, uma editoria específica para a cobertura deles. E se no passado podia-se argumentar que as classes C, D e E não tinham peso no mercado, também esse argumento não mais se sustenta. A cobertura jornalística das políticas públicas é um dos grandes desafios e uma das maiores deficiências da imprensa brasileira.

Em anos de eleição, as dificuldades se acentuam mais. A disputa política envolve grandes riscos para os jornalistas. Se muitos temem se tornar instrumento de propaganda eleitoral de governos e candidatos, ao cobrir de forma acrítica o desempenho dos programas sociais, há igualmente o risco de dar a todas as políticas públicas um caráter e uma intenção eleitorais e, com isso, deixar de levar ao cidadão beneficiado as informações essenciais. Isso, sem falar na arrogância daqueles que se arvoram em “defensores do povo” sem, ao menos, dar a palavra a quem é de direito.

Voltando ao caso da revista Veja, chama atenção na matéria citada como os grandes ausentes do texto são os beneficiários do Programa Bolsa Família. Eles aparecem na foto que ilustra a matéria, mas não são ouvidos pela repórter. Se ouvidos, esses beneficiários teriam muito a dizer sobre o que está mudando em suas vidas. Mas, ao que tudo indica, isso não é interessante para os porta-vozes do nicho mais conservador da sociedade brasileira. Motivo pelo qual se prefere dar voz aos “formadores de opinião”, sejam eles cientistas políticos ou articulistas.

A importância da mídia para a formação da opinião pública é inegável, mas a cada dia o cidadão e a cidadã se mostram mais conscientes e competentes ao fazerem as suas escolhas. Escolhas não só em termos eleitorais, mas escolhas sobre o que ler e onde buscar informações. Não é por acaso que a tiragem da mídia impressa brasileira tem apresentado acentuado declínio nos últimos anos, enquanto crescem exponencialmente os acessos aos sites e blogs.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

QUEM FOI E QUEM É A MÍDIA NACIONAL

QUEM FOI E QUEM É A MÍDIA NACIONAL
Em um breve histórico, podemos ter a noção exata dos princípios da grande imprensa brasileira antes e fazer um comparativo com o agora, acho que tudo continua como antes e se houve alguma mudança, foi para pior. Publicado no Blog do Azenha.

Altamiro Borges: Histórias de manipulação da mídia

Atualizado em 05 de fevereiro de 2010 às 20:50 | Publicado em 03 de fevereiro de 2010 às 17:37

29.01.10 - BRASIL
Histórias da manipulação da mídia

Altamiro Borges,
na Adital

"O Sr. Getúlio Vargas, Senador, não deve ser candidato à presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar". Carlos Lacerda, dono do jornal golpista Tribuna da Imprensa (01/05/1950).

"Sim, eu uso o poder [da Rede Globo], mas eu sempre faço isso patrioticamente".
Roberto Marinho, proprietário do maior conglomerado midiático do Brasil.

Desde a sua origem, a chamada grande imprensa se aliou às forças mais reacionárias da política brasileira. Ela nunca escondeu o seu ódio aos movimentos sociais, seja aos camponeses em luta por um pedaço de terra ou aos operários em greve por melhores salários e condições de trabalho. Diante dos governos progressistas, mesmo os mais tímidos, ela conspirou e pregou golpes. Com raras exceções, ela deu apoio às ditaduras mais arbitrárias e sanguinárias. Através de expedientes sujos, como o denuncismo vazio, chantageou o poder público para obter concessões e subsídios. O discurso da "liberdade de imprensa" sempre serviu aos propósitos ilícitos dos barões da mídia.

Como sintetiza o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, um dos primeiros a alertar para o perigo do golpe militar de 1964, a mídia hegemônica protagonizou todas as iniciativas de desestabilização política dos governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart. "A grande imprensa levou Getúlio ao suicídio, com base em nada; quase impediu Juscelino de tomar posse, com base em nada; levou Jânio Quadros à renúncia, aproveitando-se da maluquice dele, com base em nada; tentou impedir a posse de Goulart, com base em nada. A grande imprensa, em países em desenvolvimento, é a grande porca das instituições" [1].

Elitista e golpista já na origem


Os poucos jornais burgueses que se consolidaram, tornando-se porta-vozes da elite nativa, nunca esconderam sua opção de classe. O Jornal do Brasil, fundado em abril de 1891, dois meses após a promulgação da primeira Constituição republicana, publicou vários artigos pregando o retorno à monarquia. Devido ao seu conservadorismo, a sede do jornal foi atacada por grupos armados e os redatores abandonaram seus postos. Já O Estado de S. Paulo, criado em 1875, até defendeu algumas idéias progressistas na sua origem, como a abolição da escravatura, com a "indenização aos proprietários". Desde o início, porém, o jornal foi um ardoroso inimigo das lutas sociais.

Na revolta de Canudos (1893-1897), o Estadão publicou artigo de Olavo Bilac saudando o cruel massacre dos camponeses. "Enfim, arrasada a cidadela maldita! Enfim, dominado o antro negro, cavado no centro do adusto sertão, onde o profeta das longas barbas sujas concentrava sua força diabólica" [2]. Não poupou papel no ataque às primeiras greves operárias, satanizando os líderes anarquistas. Em 1932, ele insuflou a oligarquia cafeeira paulista num fracassado levante militar. Sob o comando de Júlio Mesquita, o jornal foi participante ativo das conspirações que levaram ao suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, e ao golpe militar que derrubou João Goulart em 1964.

A Folha de S. Paulo nasceu em 1962 da fusão de três jornais - as Folhas da Manhã, da Tarde e da Noite. A Folha da Manhã, fundada em 1921, fez oposição cerrada à chamada revolução de 1930. Tanto que em 24 de outubro daquele ano, a multidão que festejava a deposição de Washington Luís destruiu as máquinas de escrever e os móveis da redação deste jornal. O grupo, dominado pela oligarquia paulista, não deu tréguas para Getúlio Vargas e, já como Folha de S. Paulo, sob o comando de Octavio Frias de Oliveira e Carlos Caldeira, clamou pelo golpe. Na sequência, deu apoio à "linha dura" dos generais e cedeu suas peruas para levar presos políticos à tortura [3].

A trajetória do primeiro império midiático do Brasil, os Diários Associados, foi mais pragmática. Assis Chateaubriand apoiou "a revolução de 1930, mas apenas no que ela tinha de conservadora - um nacionalismo com cores fascistas... Logo depois da rápida aproximação, ele aderiu ao bloco conservador. Primeiro, ligou-se aos interesses britânicos; depois, aos norte-americanos. Fez campanha contra a criação da Petrobras. Dizia que ‘a exploração dos recursos naturais do país por estatais brasileiras era coisa de comunista’ e que o lema ‘O petróleo é nosso’ era um ‘chavão soviético’" [4]. Chatô apoiou o golpe de 1964 e lançou a campanha "ouro para o bem do Brasil" para legitimar a ditadura e, de forma oportunista, para salvar seu império que afundava na crise.

Os Diários Associados, através de dezenas de jornais e rádios e da primeira emissora de televisão do país, a TV Tupi, criada em 1950, adotaram o estilo do "jornalismo marrom", criado nos EUA no final do século 19 por Handolph Hearst e Joseph Pulitzer. Através de artigos sensacionalistas, Chatô pressionou governos e empresários, arrancando benesses públicas e anúncios publicitários [5]. Seu império midiático foi erguido com base na corrupção ativa. "Chatô fez tudo isso usando estritamente o dinheiro dos outros e os favores do Estado. Ele foi amigo de todos os presidentes: sentia-se dono do Brasil, ou o ‘rei’, como prefere Fernando Morais em sua biografia de Chatô, talvez para enfatizar as arbitrariedades e o absolutismo desse barão da imprensa tupiniquim" [6].

Anarquistas, comunistas e Última Hora


No conturbado período histórico que antecedeu o golpe de 1964, a imprensa ainda não havia se consolidado como poderosa indústria monopolista. Na tardia formação do capitalismo nacional, o jovem movimento operário e sindical investiu na luta de idéias e construiu veículos próprios. Os anarquistas, hegemônicos nesta fase, editaram jornais com expressiva tiragem, concorrendo com os veículos burgueses. Estudos apontam a existência de mais de 500 jornais operários desde o surgimento das primeiras oficinas até a revolução de 1930. O primeiro deles foi o Jornal dos Tipógrafos, criado no Rio de Janeiro, em 1858, como decorrência da primeira greve no país.

Com a crise do anarquismo e a fundação do Partido Comunista, em 1922, "a imprensa anarquista perde espaço e o seu lugar é assumido pela imprensa comunista. Esta será a principal ferramenta de disputa ideológica e política com a nova burguesia industrial e as velhas oligarquias", explica Vito Giannotti. "Em 1946, os comunistas tinham, em quase todos os estados, vários jornais. Oito eram diários: Tribuna Popular (RJ), Jornal do Povo (PE), Hoje (SP), Momento (BA), Democrata (CE), Folha do Povo (PE), Tribuna Gaúcha e Folha Capixaba... Nos subúrbios da capital, no Rio de Janeiro, era comum encontrar brigadas de comunistas vendendo a Tribuna Popular. Entre eles estavam comunistas ilustres, como Oscar Niemeyer, Gregório Bezerra e Graciliano Ramos" [7]. Foi a segunda maior rede de jornais diários do país, superada apenas pelos Diários Associados.

A imprensa anarquista e comunista, porém, foi sempre barbaramente perseguida. Jornalistas e gráficos de esquerda foram presos e assassinados e seus jornais foram empastelados. Para conter o avanço das idéias socialistas, o governo autoritário do general Eurico Gaspar Dutra cassou, em 7 de maio de 1947, o registro legal do Partido Comunista do Brasil - que teve curtos suspiros de vida legal neste período da história. Em 10 de maio de 1948, também cassou o mandato de todos os parlamentares comunistas - um senador, 14 deputados federais e 46 deputados estaduais. Seus jornais foram fechados e 15% dos sindicatos reconhecidos oficialmente sofreram intervenção.

Além destes veículos anticapitalistas, um jornal disputou a hegemonia neste período com as suas idéias nacionalistas - a Última Hora. Criado em 1951 por Samuel Wainer, um judeu nascido na Bessarábia (região situada entre a Romênia e a Ucrânia), o jornal inovou com reportagens vivas, diagramação criativa e um time qualificado de jornalistas. Ele cresceu rapidamente e montou sua rede nacional, com edições em várias capitais. Getúlio Vargas, acossado pela imprensa golpista, investiu pesado neste veículo, reunindo o apoio de empresários nacionalistas, como o banqueiro Walter Moreira Sales e os industriais Francisco Matarazzo e Ricardo Jafet. Instituições estatais, como o Banco do Brasil, também participaram do consórcio que financiou a Última Hora.

A "oligarquia da grande imprensa", como atacava Wainer, não deu trégua ao concorrente. Chatô, Roberto Marinho e Carlos Lacerda, dono da golpista Tribuna de Imprensa, usaram o artigo 160 da Constituição, que proibia estrangeiros de serem donos de jornais, para exigir o fechamento da Última Hora. Em 1953, eles arrancaram a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a origem e o financiamento do jornal. Wainer se defendeu num documento intitulado "O livro branco da imprensa amarela", mas chegou a ser preso. O suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954, levou multidões às ruas e fez a Última Hora vender 700 mil exemplares. Na seqüência, o jornal deu irrestrito apoio a João Goulart até sua deposição em 1964.

Uma das primeiras ações dos generais golpistas foi cassar os direitos políticos de Samuel Wainer, que se exilou na Europa. Outros veículos nacionalistas e de esquerda, como A Classe Operária, fundado em 1925, também foram fechados. O regime militar uniformizou a imprensa brasileira. Somente a mídia conservadora, de direita, pôde prosperar. Nos primeiros anos da brutal ditadura, prevaleceu o clima da "paz dos cemitérios". A liberdade de expressão, e não a falsa "liberdade de imprensa" dos empresários do setor, foi suprimida com truculência. Aos poucos, organizações e jornalistas progressistas reuniram força e coragem para erguer a heróica imprensa alternativa, com jornais como O Pasquim, Opinião e Movimento [8].

NOTAS

1- "Wanderley Guilherme dos Santos analisa a crise". Entrevista para Maurício Dias. Revista Carta Capital, 17/06/05.
2- Maria de Lourdes Eleutério. "A imprensa a serviço do progresso". História da imprensa no Brasil. Editora Contexto, SP, 2008.
3- Ler o artigo "A morte do ‘democrata’ Octavio Frias", na página??? deste livro.
4- "Meias verdades". Retrato do Brasil. Editora Manifesto, MG, 2006.
5- Ana Maria de Abreu Laurenza. "Batalhas em letra de fôrma: Chatô, Wainer e Lacerda. História da imprensa no Brasil. Editora Contexto, SP, 2008.
6- Bernardo Kucinski. "Chatô: o poder da chantagem". Revista Teoria&Debate, março/abril de 1995.
7- Vito Giannotti. História das lutas dos trabalhadores no Brasil. Editora Mauad, RJ, 2007.
8- José Carlos Ruy. "Alternativos: imprensa de resistência". Revista Princípios, agosto de 2007.

[Extraído do quarto capítulo do livro "A ditadura da mídia", publicado pela Associação Vermelho e Editora Anita Garibaldi. Quem desejar adquirir o livro, entrar em contato com Eliana Ada no endereço eletrônico - livro@vermelho.org.br]