segunda-feira, 17 de maio de 2010

CANALHAS, CANALHAS, CANALHAS

A JUDICIALIZAÇÃO DO PROCESSO ELEITORAL
Reporto-me aos anos 60, mais precisamente, 1964, quando da implantação da ditadura militar no Brasil, no momento em que o Presidente da Câmara, decretava como "acéfala" a nação brasileira e portanto, vago, o cargo de Presidente da República e o Tancredo Neves gritava: canalha, canalha, canalha, segundo relato do então, deputado, Almino Afonso. Pois bem, vejo com muita preocupação nos dias de hoje, as ameaças que embora, veladas, pairam na cabeça de membros da oposição. O PSDB, o DEM e o PPS, talvez seguindo a "cartilha" ou recomendações tiradas no encontro promovido pelo Instituto Millenium, estão apelando para a judicialização do processo eleitoral, tentando calar o governo, o PT, o Presidente Lula e a pré candidata Dilma. São acionamentos constantes a justiça em um revesamento partidário, com a prerrogativa de agressão a legislação eleitoral. A pouco assisti ao voto do Ministro do TSE Marco Aurélio sobre mais uma investida, desta vez do PSDB, contra o programa eleitoral do PT, fiquei estupefato, com as caras e bocas do ministro e com a argumentação deste para incriminar o PT. Segundo ele, o Presidente ao afirmar que "sonhava que os avanços do seu governo, continuasse nos próximos" estaria fazendo, mesmo que subliminarmente, campanha para a sua candidata. Ora, ministro, pergunto eu, o senhor queria que o Presidente que tem a maior aprovação da história do país e um governo que tem a aprovação de quase 80% da população brasileira, dissesse que sonhava com o rompimento de tudo que foi plantado no seu governo, que o próximo presidente desfizesse tudo que havia conquistado nos oito anos que ficou como Presidente?
A preocupação vem, depois de vermos o posicionamento dos mesmos partidos oposicionistas, PSDB, DEM e PPS, ao apoiarem o golpe em Honduras, com a alegação de que a justiça hondurenha determinou a prisão do presidente, democraticamente eleito. Na visão deste hipócritas, o primeiro passo, pode ser a judicialização, para depois, a legalização do golpe, mascarado de democracia. Assim ocorreu em Honduras. Parafraseando o Tancredo em 1964, diria: "Canalhas, Canalhas, Canalhas".

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